A comissão de negociação dos policiais militares e bombeiros não
aceitou a proposta feita pelo Governo do Estado, que ofereceu 10,1% de
reposição salarial e R$ 250 de vale alimentação. A proposta foi
apresentada para os grevistas na tarde de ontem (30), na sede da Ordem
dos Advogados do Brasil – seccional Maranhão (OAB/MA).
Com isso, os líderes dos grevistas criaram uma nova proposta na noite
de ontem, e a enviaram por meio de sua equipe jurídica ao coronel do
Exército Medeiros Filho – intermediador das negociações, para que o
governo retome a conversa e possa chegar a um denominador comum, para
por fim ao movimento grevista.
Foto: G. Ferreira
Em nome do governo, João Alberto negocia com uma comissão de grevistas na sede da OAB-MA
“O que foi oferecido pelo governo fica abaixo das nossas
expectativas. Por isso, reunimos nossa equipe técnica e elaboramos uma
nova proposta para ser apreciada e negociada com o Estado”, disse o
sargento Jean Marie, presidente da Associação dos Bombeiros Militares.
A proposta oferecida na mesa de negociação aumenta o salário base dos militares e bombeiros para R$ 2.240.
“Acredito que as negociações avançaram, o governo tem se mostrado
aberto para as negociações. Tanto que o senador João Alberto se
comprometeu em reunir sua equipe técnica para avaliar uma proposta de
escalonamento para ser apresentada aos líderes do movimento grevista. A
equipe de negociação volta a se reunir na sexta-feira (2)”, disse o
presidente da OAB/MA, Mário Macieira.
Foto: G. Ferreira
João Alberto disse não aceitar mais a presença de Prisco (em destaque) nas negociações
A segunda reunião para negociação com os militares e bombeiros
aconteceu ontem, das 15h às 17h30, e contou com a presença do secretário
estadual de Projetos Especiais, João Alberto; representantes da Ordem –
Mário Macieira (presidente), Valéria Lauande (vice-presidente),
Valdinio Caminha (tesoureiro); o coronel Medeiros Filho, do Exército; e a
comissão dos grevistas, composta por Marcos Prisco – presidente da
Associação Nacional de Entidades Representativas de Praças Militares
(Anaspra) e pelo soldado Alexandre Leite – da Associação dos Policiais
Militares de Timon.
No início das negociações, o governo teria oferecido a proposta de
8,5% de reposição salarial, fato que foi rejeitado após o intervalo da
reunião, onde a comissão de negociação conversou com diretores da
Assepmma e deputados estaduais (Bira do Pindaré, Zé Carlos, Roberto
Costa e Neto Evangelista). No segundo momento do encontro, o governo
ofereceu 10,1% para os militares e bombeiros; como não houve acordo, a
negociação foi adiada para as 14h, de amanhã (2).
Sem pessoas de fora – O secretário estadual de
Projetos Especiais, João Alberto, aparentava estar irritado quando saiu
da reunião e disse à imprensa que, caso os grevistas não aceitassem a
proposta oferecida pelo governo, as negociações só retomariam amanhã.
João Alberto ainda falou que não aceitaria pessoas de outros estados
para integrar a equipe de negociação dos grevistas, alegando que eles,
citando Prisco, não conhecem a realidade do estado e não são flexíveis.
Ao ser questionado sobre a anistia aos militares e bombeiros, João
Alberto declarou que, para isso, é necessário ter um projeto. O
presidente da Anaspra, Marcos Prisco, se mostrou surpreso ao ser
informado pelos jornalistas de que ele não seria aceito na próxima
rodada de negociação. “O secretário João Alberto me tratou muito bem na
reunião, e não entendo o motivo pelo qual ele não queira mais minha
presença nas negociações. Na lógica, os acordos devem ser feitos com
quem estava na equipe desde o início”, comentou.
Na primeira rodada de negociação, na quarta-feira (29), os grevistas
tiveram o avanço em 90% da pauta, ficando apenas dois pontos que não
foram aceitos pelo governo do Estado. O que garante o status de
secretário de Estado para o comandante da Polícia Militar e dos
Bombeiros, e o que trata da aposentadoria para os militares aos 25 anos
de serviço. Pontos que foram retirados da pauta pelos grevistas.
Apesar dos avanços nas negociações, a greve não acabou. A categoria
aguarda o contato do governo para tentar negociar e por fim ao movimento
paredista, que acontece desde dia 23 de novembro. A nova proposta
enviada ao coronel Medeiros Filho não foi divulgada para a imprensa. Até
as 18h de ontem, os grevistas queriam 20% de reposição, o que
aumentaria o salário deles para R$ 2.440 e o escalonamento de 6% anual
até o ano de 2015.
Fonte:Jornal Pequeno
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