Governo não honrou sua propaganda e sequer seus argumentos
Os servidores que acreditaram nos discursos e na propaganda do governo, amanheceram surpreendidos pelo anúncio de que todos pagarão a nova alíquota previdenciária.
Os projetos aprovados tratam de redutores para quem ganha até R$ 3.689,00, mas o benefício tornaria inconstitucional todas as novas leis de confisco.
Exemplos (sem desconto do Imposto de Renda):
SALÁRIO DESCONTA HOJE ACRÉSCIMO COM A NOVA PROPOSTA
R$ 3.689,66 R$ 405,86 ZERO (com um redutor, a alíquota real segue 11%)
R$ 5.000,00 (6,95% dos servidores) R$ 550,00 R$ 39,90 (alíquota real de 11,79%)
R$ 7.000,00 (4,68% dos servidores) R$ 770,00 R$ 99,30 (alíquota real de 12,42%)
R$ 8.000,00 (0,77% dos servidores) R$ 880,00 R$ 240,00 (alíquota real de 14%)
R$ 10.000,00 (2,07% dos servidores) R$ 1.100,00 R$ 300,00 (alíquota real de 14%)
R$ 15.000,00 (2,11% dos servidores) R$ 1.650,00 R$ 450,00 ( alíquota real de 14%)
R$ 17.114,00 (0,79% dos servidores) R$ 1.882,54 R$ 513,42 ( alíquota real de 14%)
R$ 24.117,00 (1,57% dos servidores) R$ 2.652,87 R$ 723,51 ( alíquota real de 14%)
Saiba quem ganhou e quem perdeu na vitória do Pacotarso
O governo ganhou de duas formas:
1) Politicamente, mostrou comando, decisão e unidade sobre a sua base parlamentar, cuja fatura já saiu cara e custará ainda mais caro.
2) Não faltará mais dinheiro para a gastança petista, que ruma para farra fiscal do tipo que quebrou a Grécia e Portugal. Vai faturar R$1 bilhão a mais, depois que instituir a taxa de inspeção veicular.
. Vaiada sem parar, sem discurso, cabresteada, a base parlamentar do governo estadual do PT (PT, PSB, PRB, PCdoB, PDT, PTB e PDT) resultou politica e moralmente enfraquecida na Assembléia do RS.
. A esquerda e seus aliados da direita traíram tudo o que defenderam na campanha e propugnam nos seus programas.
- A oposição soube aproveitar a incoerência da base e saiu interna e externamente fortalecida e prestigiada do episódio, marchando pela primeira vez unida. A noite de terça-feira devolveu à Assembléia os seus melhores momentos de tribuna. A condução dos trabalhos por parte do deputado Adão Villaverde , PT, foi irrepreensível.
Saiba o que foi votado e como votou cada deputado na Assembleia do RS
Eis o conteúdo básico de cada projeto aprovado pela Assembléia na noite de terça e madrugada de quarta-feira:
- Projeto 189, que aumentou a alíquota de contribuição previdenciária para os servidores civis, de 11% para 14%, e cria o fundo de previdência: 29 votos sim e 22 não.
- Projeto 190, de igual teor, mas valendo para os militares: 31 votos sim e 20 não
- Projeto 191, que aplica calote de R$ 500 milhões nos precatórios de pequeno valor, os RPVs: 29 a 22.
- Os dois projetos de lei complementares apresentados em plenário pela líder do governo, Miriam Marroni, tratando ambos do sistema de previdência, receberam 31 votos a 21 no primeiro caso, o mais importante (a mudança da alíquota) e 37 a 7 no outro caso (o PMDB não quis nem votar este projeto).
* A leitura atenta de cada artigo dos projetos sobre previdência, permitem pelo menos duas sacadas espertas do governo: 1) ele liberou os R$ 187 milhões do fundo de previdência complementar que Yeda iria criar (o dinheiro vai para gastança imediata). 2) o governo poderá pegar o dinheiro do novo fundo e usar na hora que bem entender e como quiser.
Ninguém traiu ninguém na votação do Pacotarso. Ou traiu ?
Embora o próprio governo temesse traições na sua base e também na oposição, o que ocorreu nas votações dos projetos do Pacotarso foi que ninguém traiu ninguém na hora do voto.
. "Quem traiu foram os deputados do PT e do PCdoB, que venceram a eleição prometendo fazer justamente o contrário do que votaram", disse ao editor o deputado Jorge Pozzobom, do PSDB.
. O editor verificou nome por nome dos que votaram e constatou uma situação curiosa:
1) Os 31 deputados da base votaram em bloco, obedientes à voz de comando do Piratini.
2) A oposição votou em bloco, mas o cerco do Piratini parece ter produzido algum resultado, porque os deputados Luciano Azevedo (PPS) e João Fisher (PP) não compareceram ao Palácio Farroupilha durante as jornadas de terça e quarta-feiras - e não votaram com a oposição.
. Na prolongada sessão da noite passada, que varou madrugada, os papéis se inverteram na Assembleia.