Nesta manhã, um falso artefato
explosivo colocado ao lado de um boneco com farda da Brigada Militar
mobilizou o Gate, que bloqueou ruas no centro de Porto Alegre
Gate recolheu material no viaduto Otávio Rocha e constatou que não se tratava de uma bomba
Foto:Ronaldo Bernardi
O
avanço dos protestos por reajuste salarial dos policiais militares no
Rio Grande do Sul provocou uma reunião de emergência da cúpula da
segurança do governo. Na manhã desta quinta-feira, Tarso Genro reuniu-se
no Palácio do Piratini com o secretário de segurança, Airton Michels, o
comandante da Brigada Militar, coronel Sérgio Abreu, e o chefe da Casa
Civil, Carlos Pestana.
No início desta manhã, um boneco com a
farda de policial militar foi colocado no viaduto Otávio Rocha, na Rua
Duque de Caxias. Um
artefato, supostamente explosivo, estava pendurado no boneco. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Brigada Militar foi acionado.
Para a verificação do material,
o trânsito foi
bloqueado na Duque de Caxias e na Avenida Borges de Medeiros. Foram
grandes os transtornos na área central da Capital causados pela
interdição de ruas.
Depois de removido, o Gate constatou que o
boneco não tinha explosivos, apenas um invólucro recheado com papelão e
fios de cobre.
Autoria dos ataques desconhecida:
A
investigação sobre os protestos supostamente realizados por PMs
descontentes com os salários deve demorar. A informação é do
corregedor-geral da Brigada Militar, coronel João Gilberto Fritz, que
não especificou uma data para conclusão dos trabalhos.
Em
entrevista no programa Gaúcha Atualidade, o oficial alegou a dificuldade
em investigar os diversos casos, já que estão espalhados por diversos
pontos no RS.
— Essa investigação vai ser demorada. O Estado tem
uma extensão muito grande. Essa investigação está apurando a situação de
todo o Estado. Existem vários inquéritos — explicou o coronel Fritz.
O corregedor-geral disse também que o protesto no Viaduto Otávio Rocha será encarado como os demais.
—
Recebemos esse protesto como recebemos todos os outros episódios dessa
natureza. A Corregedoria está investigando. Tem um inquérito instaurado
para apurar a autoria e a materialidade dessas infrações penais —
destacou — Todas as imagens e informações que vierem aos autos do
inquérito serão analisadas. É um outro oficial que está fazendo o
inquérito. E essa pessoa precisa ter tranquilidade para trabalhar —
concluiu.
Foto: Lauro Alves
O
coronel Fritz explicou que a corporação está adotando cautela para
apontar a autoria dos protestos, mas não descarta nenhuma possibilidade.
—
Seria prematuro afirmar algo. Foram vários episódios desde o dia 4 de
agosto. Então não posso afirmar se foi PM, se foi gente da ativa ou da
reserva, ou até se foi de outro segmento. Daqui a pouco, outros grupos
podem se valer dessa situação.
ZERO HORA