Protestos com queima de pneus no Estado chegam a pelo menos 50 em dois meses
Manifestações começaram em agosto nas estradas e vias de cidades gaúchas
Após anunciar a proposta de abono
salarial de R$ 300, o governo gaúcho parece não ter contentado todos os
policiais militares. Por volta das 2h desta terça-feira, mais um
protesto com queima de pneus foi registrado na ERS-239, em Parobé,
próximo à indústria de máquinas Pandolfo.
A ocorrência foi atendida por volta
das 2h desta terça-feira, conforme o Comando Rodoviário da Brigada
Militar. Segundo a corporação, a rodovia ficou bloqueada no sentido
Parobé-Taquara cerca de uma hora para que o Corpo de Bombeiros pudesse
apagar as chamas no local.
O protesto tinha cerca de 10 pneus
pegando fogo e ainda uma faixa, com os dizeres: "A família brigadiana
não vive apenas de promessas, e sim de certezas".
Com essa manifestação, o número chega a
pelo menos 50, desde que os bloqueios em rodovias tiveram início, em
agosto. O levantamento tem como base informações recebidas pela Zero
Hora.
A primeira queima ocorreu no dia 4 de
agosto, em Frederico Westphalen, no norte do Estado. Os pneus em chamas
bloquearam o km 20 da BR-386 por cerca de uma hora. Os protestos se
arrastaram por todo o Rio Grande do Sul, enquanto o governo não
encontrava saída para resolver as reivindicações de baixos salários dos
PMs.
No dia 1º de setembro, foi a vez da
Capital. Pneus foram queimados na Avenida Mauá, esquina com a Rua Carlos
Chagas, no centro de Porto Alegre, por volta de 2h30min. Além dos
bloqueios, os manifestantes utilizam faixas com recados à administração
estadual e também bonecos vestidos com a farda da Brigada Militar (BM).
O comandante da BM, Sérgio Roberto de
Abreu, tentou retomar as negociações com o alto escalão do governo Tarso
Genro, mas o acordo não saía. Após divergências, acusações e
adiamentos, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, apresentou uma
proposta de reajuste aos servidores da Brigada Militar, na tarde de
segunda-feira.
Foi sugerido aos soldados, sargentos e
tenentes um abono linear de R$ 300, pago em duas parcelas: R$ 140 em
outubro e R$ 160 a partir de abril de 2012. Para a categoria dos
soldados, a proposta contempla o reajuste salarial de 25% que era
exigido. O aumento faria com que os vencimentos passassem de R$ 1.246
para R$ 1.546.
Algumas partes da corporação, no
entanto, pedem a incorporação do abono aos salários. Segundo o
presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf),
soldado Leonel Lucas, há insegurança na companhia, já que o abono pode
ser suspenso a qualquer momento.
Se os R$ 300 forem introduzidos ao
básico da categoria, o valor fica garantido. O chefe da Casa Civil
prometeu para quinta-feira a divulgação da data em que o abono poderá
ser incorporado aos salários. Comando da Brigada Militar não tem o
controle.
Fonte: Zero Hora Título da matéria: blog do Capitão Assumção
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