Policiais
militares em treinamento para a Operação Golfinho estão revoltados com a
morte do Soldado Rafael de Souza Pereira, de 25 anos, ocorrida ontem
(29) durante o treinamento físico em Cidreira. Rafael sofreu uma parada
cardiorespiratória e morreu a caminho do hospital. O grupo é composto
por 20 brigadianos que reivindicam acompanhamento médico durante os
treinamentos, além do aumento no valor das diárias para 100 reais,
atualmente o valor é de R$ 57. Eles reclamam ainda dos excessos
cometidos durante os treinos, exigindo mais do que o normal do potencial
físico dos policiais. Eles ameaçam abandonar o treinamento e voltar
para suas unidades de origem, caso o Comandante-geral não tome alguma
providência. A Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da
Brigada Militar está apoiando as manifestações dos PMs, colocando à
disposição suas dependências na Colônia de férias no município de
Cidreira, bem como outros tipos de assistência. Essa reivindicação sobre
o aumento das diárias já é um pleito antigo da ASSTBM, sendo que em 14
de novembro protocolou no Palácio Piratini um ofício cobrando do governo
o aumento das diárias. A entidade espera que o governo seja sensivel à
causa e valorize esses profissionais que cumprem a nobre função de
salvar vidas. Por isso a integridade física do policial deve ser
garantida e preservada. A ASSTBM se compromete a levar até o
Comandante-geral a reivindicação dos brigadianos envolvidos na Operação
Golfinho.
Há
um mês, cerca de mil policiais iniciaram os treinamentos para a
Operação Golfinho, que está marcada para começar no dia 17 de dezembro.
Divididos em grupos de no máximo 40 pessoas, os alunos se reuniram em
Torres, Tramandaí, Capão da Canoa, Cidreira, Porto Alegre e Cassino.
O soldado Rafael Souza nadava na lagoa
de Cidreira quando passou mal. O policial foi socorrido pelos colegas e
levado ao hospital da Ulbra de Tramandaí, no carro de um morador. O
treinamento não contava com acompanhamento médico nem com ambulâncias
para casos de socorro urgente.
O plano da BM era remover a vítima de helicóptero para Porto Alegre,
mas o soldado morreu no hospital. Abreu ressaltou que ele passou em
todos os testes físicos necessários para o trabalho e classificou o
ocorrido como uma fatalidade. O comandante geral da BM explicou que o
treinamento é rígido para atender às exigências definidas pela
corporação.
Após a divulgação do laudo do Instituto Médico Legal (IML), a Brigada
Militar vai instaurar um inquérito para apurar as responsabilidades
sobre o ocorrido. Souza era natural de Cruz Alta e atuava na Brigada
Militar havia dois anos.
*Abaixo, oficio enviado ao Governo do Estado em 14/11.
Fonte:DEE ASSTBM
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