Soldado gaúcho ganha menos que o baiano, que está em greve
A
remuneração bruta total de soldados da PM na Bahia é hoje de cerca de
2,2 mil reais. Eles estão em greve. A partir de abril deste ano, o
vencimento total de seu equivalente na Brigada Militar gaúcha será de
1,5 mil reais. A julgar pelo contracheque, a gestão petista de Jacques
Wagner deveria fazer inveja a Tarso Genro.
Ontem
(2), feriado de Navegantes em Porto Alegre, foi um dia de caos em
Salvador, que celebrava o Dia de Iemanjá. Houve saques no comércio e
arrastões que assustaram os soteropolitanos. A Força Nacional de
Segurança Pública foi acionada. O governador baiano estará em cadeia
regional de rádio e TV à noite de hoje. O noticiário especula se haverá
porto seguro no carnaval da Bahia.
A
Justiça cumpriu conhecido roteiro: declarou a greve ilegal e impôs
multa de 80 mil reais diários à entidade representativa dos soldados
baianos. Os sargentos, subtenentes, tenentes e oficiais não estão em
greve, mas são solidários aos soldados (e bombeiros) baianos.
Houve
negociações de bastidores a evitar ontem o confronto de forças
nacionais com os policiais militares que estão acampados na Assembleia
Legislativa da Bahia. Seria um derramamento de sangue a hipótese de
confronto.
Os
grevistas reclamam o cumprimento de lei vigente, que prevê progressão
no pagamento de uma gratificação por atividade policial (GAP). Também
existe reivindicação para remunerar os policiais por meio de subsídio:
na tabela proposta, o salário de um soldado baiano chegaria a 4,5 mil
reais em 2014.
Nos pampas
Em
2011, o governo Tarso Genro encerrou, em setembro, negociações de
reajuste salarial com praças da BM. Todos tiveram incremento de 91 reais
no vencimento básico, o que significou maior percentual para soldados e
cerca de 10% para um tenente. Justificativa? Quem ganha menos merece
percentual maior. A ASSTBM assinalou contrariedade.
A
retórica do Palácio Piratini resistiu pouco mais de um mês. Os oficiais
da BM tiveram 10% lineares logo em seguida. Ganharam mais que tenentes
na ponta do lápis, porque o reajuste, para oficiais, deu-se
integralmente em janeiro – e não parcelado, como na negociação com
praças. Capitães, além dos 10%, levaram ainda abono e uma nova FG.
Tarso já ampliou o abismo salarial na BM.
No
site da AsofBM, uma nota informa tabela de progressão salarial selada
entre o governo e os delegados de Polícia. O chefe da Casa Civil, Carlos
Pestana, disse que “manterá
o compromisso acertado em mesa de negociação com os Oficiais da Brigada
Militar de voltar, imediatamente, a negociar, como repetimos aos
senhores ad nauseam”.
A
mensagem da AsofBM sugere, portanto, salário de 24 mil a um coronel da
BM em 2018. Ou de 17,5 mil reais para um capitão da BM daqui a seis
anos.
O
governo disse ainda que pretende negociar com a Brigada Militar após
concluir negociação salarial com a Polícia Civil - e não quer vincular
negociações. O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, sinalizou
verticalidade de vencimentos aos brigadianos, mas ainda não apresentou
proposta concreta.
Aos
agentes policiais, o Palácio Piratini fez a primeira proposta: amplia o
abismo entre o vencimento inicial de agentes e de delegados dos atuais
311% para 470%.
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