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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

BA: Cidade em pânico por boatos de arrastão

Cidade em pânico por boatos de arrastão
Comércio fechado e a população apreensiva. Este foi cenário encontrado em vários pontos da cidade após rumores de que quadrilhas estariam promovendo arrastão em bairros comerciais e residências. Às 16 horas de ontem, o movimentado comércio da Avenida Sete estava de portas fechadas, assim como ocorreu na Barroquinha, Calçada e Liberdade. Apesar de comerciantes negarem ter presenciado toque de recolher, o medo diante dos boatos resultou em ruas desertas e baianos preocupados em chegar em casa com segurança. 
Os passos apressados da população evidenciavam o medo instalado na cidade. Desesperados, pedestres corriam balbuciando que a “situação está difícil”. “Vi muita gente correndo e falando que houve tiros e arrastão na Rua da Fruta do Relógio de São Pedro, mas aqui não presenciei nada. De qualquer forma, todos estão indo embora para não ficarem expostos”, afirmou um vendedor ambulante.
O segurança de uma loja de roupas da Praça da Piedade, Valter Santana, alertou que o policiamento só apareceu no local, após os boatos de arrastão. “Desde o início da greve, só passou duas viaturas aqui. Estamos indo embora, porque todos fecharam o comércio, senão ficaremos muito vulneráveis”, declarou.
Na região da Barroquinha, uma mulher presenciou o momento em que um grupo de adolescentes roubava bolsas de pedestres e corria pelas ruas. “Foi uma confusão horrível aqui, muita gente correndo e alertando os outros”, contou Aureliano de Souza, proprietário de uma loja no local. Além dos comérciosde bairros, lojas de grandes redes, como Casas Bahia, Extra e Bompreço, encerraram o expediente mais cedo.
Pelas redes sociais, internautas postaram depoimentos de que os shoppings da cidade também foram vitimados. No Shopping Iguatemi, pessoas foram trancadas em lojas da praça de alimentação. O Salvador Shopping fechou todas as lojas, assim como ocorreu no Center Lapa, Barra e Piedade, onde surgiram rumores de arrastão aos clientes. 
Bairros residênciais de comércios pequenos também foram sitiados por grupos de marginais. Em Pernambués, um grupo formado por 11 motociclistas, encapuzados e armados, assaltaram pessoas em pontos de ônibus e ameaçaram comerciantes a fecharem as portas. Denúncias de que um suposto grupo de policiais estariam aterrorizando a Paralela causou pânico na Avenida Luís Viana, sentido Aeroporto.
Passageiros foram obrigados a descer dos ônibus, que ficaram atravessados na pista, interditando o trânsito na região da entrada do Imbuí. A situação de medo instalou-se também em moradores e comerciantes de São Marcos e Cajazeiras, onde um grupo teria incendiado uma agência do Banco do Brasil.
Bancos também são alvos de atentados
Enquanto prosseguem os rumores sobre a greve da Polícia Militar (PM) baiana, os criminosos entram em ação. Na madrugada de ontem, quatro agências bancárias, de diferentes pontos da cidade, foram alvo de atentados. Os registros ocorreram em unidades do Largo do Tamarineiro, Barros Reis, Liberdade e Porto Seco Pirajá, onde homens armados atiraram contra as agências. A Delegacia de Repressão a furtos e Roubos (DRFR) é responsável pela apuração dos fatos. A polícia solicitou imagens de circuito de câmeras da região para identificar os vândalos. 
Segundo informações da polícia, o primeiro registro ocorreu em Porto Seco Pirajá, por volta das 0h30. De acordo com testemunhas, um veículo, de dados ignorados, teria parado em frente ao banco e um homem efetuou dois disparos contra os vidros da porta de entrada. Como todas as agências estavam fora do horário de funcionamento, ninguém ficou ferido durante os atentados.
Além das agências bancárias, vidros dos pontos de ônibus da Avenida Garibaldi, Ademar de Barros, Ondina, também foram alvejados durante a madrugada. Na manhã de ontem, os estilhaços de vidros estavam espalhados na calçada enquanto a população acreditava que seriam apenas fatos isolados.  
Congestionamento por toda parte
No final da tarde de ontem, o caos tomou conta da cidade. O fechamento simultâneo do comércio resultou em pontos de ônibus lotados e disputa por vagas em coletivos. Apreensivos, o assunto entre os soteropolitanos era a situação da cidade. “Nunca vi uma situação dessas. A polícia faz greve e a população é quem sofre. Estou desesperada tentando falar com meu filho, mas ele não atende. Só quero que ele chegue em casa com segurança para que eu tenha tranquilidade”, afirmou a vendedora, Luíza Machado da Silva, 29.
O engarrafamento instalado nas principais vias, travou cidade. A Avenida Antônio Carlos Magalhães, sentido Paralela, a região da Orla, na altura da Boca do Rio e Bonocô apresentaram trânsito parado. A mesma situação foi presenciada pela equipe de reportagem da Praça da Piedade à Ladeira da Fonte Nova.
Polícia Civil – Além do estado de greve decretado por parte do efetivo da Polícia Militar (PM), na tarde de ontem, a Polícia Civil afirmou que também deve aderir ao movimento. Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (SINDPOC), Carlos Lima, às 9 horas de hoje será realizada uma assembleia geral da categoria para discutir a adesão ao movimento. Na pauta do encontro está as discussões sobre a avaliação da paralisação parcial da PM da Bahia. A assembleia será realizada na Associação dos Funcionários Públicos do Estado da Bahia, localizada na Rua Carlos Gomes, porém, o sindicato adiantou que não descarta paralisação da categoria. 
Municípios sitiados
No interior do Estado, as lojas do comércio fecharam as portas para evitar roubos. A ausência de policiais militares nas ruas de Feira de Santana causou um verdadeiro caos na cidade. A sensação de intranquilidade abriu espaço para o medo de sair de casa. Na manhã da última quinta-feira, vários arrastões foram registrados na cidade e há inclusive informações de pessoas baleadas no Hospital Geral Clériston Andrade. Além disso, houve informações de que lojas foram saqueadas e dois coletivos invadidos.
De acordo com site locais, em Feira de Santana, o Prefeito Tarcízio Pimenta solicitou ao General Gonçalves Dias a presença do Exército nas ruas. No Loteamento Monte Pascoal, bairro Calumbi, Jefe Mendes de Sena, deu entrada no Hospital Geral de Camaçari, após ser baleado por uma pessoa não identificada. Com ele, a polícia apreendeu um revolver calibre 38, que teria sido usado durante assalto a uma loja de celulares, situada na Avenida Sampaio, centro da cidade.
Além de Feira de Santana, cidades como Ilhéus, Vitória da Conquista e outras regiões do Estado. Em Itabuna, após assembleia realizada, ontem, em frente ao batalhão de polícia da cidade, a PM local também decidiu aderir ao movimento da greve. Mesmo antes do anúncio, o comércio do centro da cidade já havia fechado no final da tarde, após um grupo realizar arrastão contra comerciários e pedestres.
Em Porto Seguro a situação também ficou complicada. De acordo com informações do site Atlântica News, em decisão tomada em assembleia realizada no final da tarde de ontem, os policiais militares do 8º Batalhão de Polícia Militar de Porto Seguro também resolveram aderir à greve decretada ontem pela unidade militar de Salvador.
De acordo com a proposta aprovada por unanimidade dos presentes, a tropa ficará “aquartelada”, ou seja, na unidade militar, parada. Assim, não haverá policiamento nas ruas. Os grevistas apenas disponibilizarão três viaturas, cada uma com três homens, no regime de plantão, na unidade, para atender chamadas de urgência que ocorram. 

As informações são do Atlântica News. (DP)
Publicada: 03/02/2012 01:43| Atualizada: 03/02/2012 02:20 

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