Categoria decretou greve por tempo indeterminado na noite desta quarta-feira no Estado
Cerca de mil policiais militares e oficiais do Corpo de Bombeiros do
Maranhão invadiram na noite desta quarta-feira (23) a Assembleia
Legislativa do Estado após a categoria decretar greve por tempo
indeterminado. A ocupação das dependências do prédio também não tem data
para terminar.
A ideia do movimento grevista é pressionar o governo do Estado a
conceder aumento salarial de 30%, referentes a perdas salariais dos
últimos três anos. Eles também reivindicam modificações de critérios de
promoção e reorganização do quadro de oficiais, implementação de jornada
de trabalho de 44 horas semanais, eleição do Comandante Geral da
Polícia Militar, entre outros benefícios.
Cerca de mil PMs e oficiais do Corpo de Bombeiros participaram do protesto na Assembleia
Até o início da madrugada, o clima era tenso e os policiais militares
que aderiram ao movimento falam que se houver qualquer tentativa de
tirá-los do edifício haverá confronto. Os policiais estão nos gabinetes,
nos jardins e alguns tentaram entrar no plenário, mas foram impedidos
pelo gabinete militar da casa. Não há informações sobre depredação de
patrimônio do imóvel.
Na entrada da Assembleia, os militares fizeram uma espécie de
barricada com veículos prevendo uma possível intervenção da Força
Nacional que está no Maranhão a pedido da governadora Roseana Sarney
(PMDB). A Força Nacional fará o policiamento ostensivo no Estado durante
a paralisação da PM e Corpo de Bombeiros. Não foram divulgados números
de quantos homens foram deslocados para o Estado, mas fala-se em 300.
Hoje, a PM do Maranhão tem cerca de 7,5 mil policiais.
Na manhã desta quinta-feira (24) está previsto um café da manhã entre
os grevistas. Eles também esperam conversar com os deputados da base do
governo na Assembleia Legislativa para iniciar o processo de
negociação. A sessão ordinária da casa está prevista para acontecer às
9h horário local (8h, horário de Brasília).
Segundo um dos integrantes do comando de greve da PM do Maranhão,
William Dourado, como policiais não podem oficialmente participar de um
movimento de greve, todos os militares concordaram em não ir para os
quarteis e batalhões durante a paralisação. “Mas no oitavo dia, todos
irão para registrar presença para não serem processados por deserção”,
explicou Dourado. Há também policiais que ficaram aquartalados no
Comando Geral da Polícia Militar do Maranhão, em São Luís.
Pelas informações do comando de greve, a paralisação atingiu as
principais cidades do Estado, entre as quais Imperatriz, Bacabal e
Pedreiras. O comando de greve informou também que a brigada de combate a
incêndio do aeroporto Marechal Cunha Machado, em São Luís, também deve
deixar de trabalhar na greve.
No dia 08 de novembro, as categorias fizeram uma paralisação de
advertência de quatro horas. Na ocasião eles tiveram a promessa do
governo do Estado que a pauta de reivindicação seria levada análise do
governo do Estado.
Os militares reclamam que não houve avanço até então. Em nota oficial
divulgada no início da madrugada, a Secretaria de Segurança Pública
(SSP) informou que “sempre manteve aberto o diálogo. Uma comprovação
disso é que durante o processo de conversação com policiais e bombeiros
militares diversos avanços foram obtidos pelas categorias”.
Ainda segundo o governo do Estado, os militares receberam 29% de
reajuste nos últimos dois anos e também houve elevação do vale-refeição
em 150% no período. “(O governo) Reitera ainda que um estudo está sendo
concluído objetivando o realinhamento salarial dos servidores públicos
estaduais ativos e inativos, contemplando também os policiais militares.
A Força Nacional já está operando em São Luís e Imperatriz, além de
outras cidades do interior do Maranhão. A SSP afirma que estão sendo
empregados todos os esforços para garantir que a população não seja
penalizada”.
fonte: IG
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