Deputados veem contradição do Piratini ao conceder vantagens a servidores que estão entre os mais altos salários do Executivo
Em meio à greve do magistério e à pressão dos delegados por
reajustes, o governo estadual encaminhou ontem à Assembleia um projeto
permitindo que 3.762 servidores ativos e inativos da Secretaria da
Fazenda incorporem 45% das gratificações aos salários
básicos. Isso provocará um impacto financeiro de R$ 86,8 milhões ao ano
a partir de 2013. A oposição, por sua vez, considera a incorporação uma
afronta aos servidores que estão na fila por reajustes salariais.
A justificativa do governo para conceder o benefício é de que técnicos do Tesouro (nível médio) e agentes fiscais (nível superior) estão sem reajuste desde março de 2007. Segundo o secretário da Fazenda, Odir Tonollier, os vencimentos são compostos por uma parte fixa (salário básico) e outra variável (gratificações por produtividade), esta última considerada desproporcional por ser maior do que a própria remuneração.
Se a proposta for aprovada na Assembleia, a incorporação se dará de forma parcelada: 30% em 2012 e 15% em 2013. Na prática, isso representará um reajuste médio de 6% na matriz salarial. No primeiro ano, a repercussão financeira será de R$ 57,8 milhões. A partir de 2013, será de mais R$ 29 milhões. A incorporação representará 7,2% na folha de pagamento anual em 2012 e de mais 3,4% no ano seguinte.
Questionado sobre o desgaste que o governo pode sofrer ao enviar a proposta à Assembleia, o secretário da Fazenda foi enfático:
– Nós já fizemos um acordo com o magistério em março, com validade de um ano. Em março, abriremos novas negociações.
Líderes da oposição classificaram como “deboche” e “contradição” o projeto do governo que aumenta os vencimentos de servidores da Fazenda. O deputado Edson Brum (PMDB) lembrou que professores estaduais estão em greve, exigindo que o governador Tarso Genro cumpra uma promessa de campanha: o pagamento do piso nacional do magistério.
O deputado ainda contestou o impacto na folha de pagamento apresentado pelo governo, que seria de R$ 86,8 milhões. Segundo Brum, estudos da bancada do PMDB apontam para despesas em torno de R$ 200 milhões. Líder da bancada do PSDB, Jorge Pozzobom acusou o governo de “incoerente” e “contraditório”.
– Não tenho nada contra valorizar os servidores da Fazenda. Mas o governo vinha sistematicamente falando em priorizar as categorias que ganham menos. Na Assembleia, estamos há mais de um mês discutindo com brigadianos, professores, delegados e oficiais militares. E agora o governo oferece aumento à Fazenda? – questionou Pozzobom.
O deputado Frederico Antunes (PP) reiterou que aceita o mérito dos funcionários que receberão reajustes:
– Mas, na fila de compromissos que o governo assumiu na campanha, existem outras categorias na frente.
ALINE MENDES
A justificativa do governo para conceder o benefício é de que técnicos do Tesouro (nível médio) e agentes fiscais (nível superior) estão sem reajuste desde março de 2007. Segundo o secretário da Fazenda, Odir Tonollier, os vencimentos são compostos por uma parte fixa (salário básico) e outra variável (gratificações por produtividade), esta última considerada desproporcional por ser maior do que a própria remuneração.
Se a proposta for aprovada na Assembleia, a incorporação se dará de forma parcelada: 30% em 2012 e 15% em 2013. Na prática, isso representará um reajuste médio de 6% na matriz salarial. No primeiro ano, a repercussão financeira será de R$ 57,8 milhões. A partir de 2013, será de mais R$ 29 milhões. A incorporação representará 7,2% na folha de pagamento anual em 2012 e de mais 3,4% no ano seguinte.
Questionado sobre o desgaste que o governo pode sofrer ao enviar a proposta à Assembleia, o secretário da Fazenda foi enfático:
– Nós já fizemos um acordo com o magistério em março, com validade de um ano. Em março, abriremos novas negociações.
Líderes da oposição classificaram como “deboche” e “contradição” o projeto do governo que aumenta os vencimentos de servidores da Fazenda. O deputado Edson Brum (PMDB) lembrou que professores estaduais estão em greve, exigindo que o governador Tarso Genro cumpra uma promessa de campanha: o pagamento do piso nacional do magistério.
O deputado ainda contestou o impacto na folha de pagamento apresentado pelo governo, que seria de R$ 86,8 milhões. Segundo Brum, estudos da bancada do PMDB apontam para despesas em torno de R$ 200 milhões. Líder da bancada do PSDB, Jorge Pozzobom acusou o governo de “incoerente” e “contraditório”.
– Não tenho nada contra valorizar os servidores da Fazenda. Mas o governo vinha sistematicamente falando em priorizar as categorias que ganham menos. Na Assembleia, estamos há mais de um mês discutindo com brigadianos, professores, delegados e oficiais militares. E agora o governo oferece aumento à Fazenda? – questionou Pozzobom.
O deputado Frederico Antunes (PP) reiterou que aceita o mérito dos funcionários que receberão reajustes:
– Mas, na fila de compromissos que o governo assumiu na campanha, existem outras categorias na frente.
ALINE MENDES
MULTIMÍDIA
Na hora errada
Vai ser difícil o governo administrar a
insatisfação de professores, delegados de polícia e oficiais da BM
depois de enviar à Assembleia um projeto que, na prática, aumenta os
salários dos servidores da Secretaria da Fazenda. A incorporação de 45%
da gratificação ao salário básico terá impacto de R$ 57,8 milhões em
2012 e de R$ 29 milhões em 2013 nos gastos com a folha de pagamento da
Fazenda, porque as vantagens temporais serão calculadas sobre um básico
maior.
Se for aprovado, o básico de um técnico
do Tesouro passará para R$ 3.950, acrescido de R$ 2.950. Ou seja, R$ 6,9
mil no início da carreira. O básico do magistério, que o governo não
paga porque não tem dinheiro, é de R$ 1.187. No nível superior da
Fazenda, o básico passa para R$ 9.460. Com a gratificação, sobe para R$
16.438 no primeiro nível da carreira. É sobre esse básico reajustado que
incidem as vantagens referentes ao tempo de serviço, o que ampliará o
número de servidores recebendo o teto salarial.
Por que um professor ganha tão menos do
que um servidor da Fazenda? A resposta pode ser resumida em duas
palavras: poder de barganha, coisa que o magistério não tem. Como
comandam a máquina arrecadatória, os servidores da Fazenda sempre
ganharam mais do que a maioria no Executivo. As gratificações, embora
chamadas de “prêmio de produtividade e eficiência”, são pagas a todos os
ativos, independentemente do desempenho individual, e aos aposentados.
Pelos cálculos do governo, para atender à
reivindicação dos delegados, que querem equiparação aos procuradores,
seriam necessários mais R$ 100 milhões anuais. O secretário Odir
Tonollier garante que, em média, o aumento dos servidores da Fazenda
será de 6% – percentual inferior ao que o governo deu aos professores,
brigadianos e policiais civis e menos do que será oferecido aos
delegados.
– Essa é uma realidade histórica: os servidores da Fazenda sempre ganharam mais – justifica.
O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, diz que a lógica do governo é corrigir o que considera uma distorção:
– Da forma como são compostos os
salários hoje, a gratificação representa 60% do que ganha um servidor da
Fazenda. A lógica do governo é reduzir a gratificação e aumentar o
salário básico.
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
ZERO HORA
Acontece que a Secretaria da Fazenda é a menina dos olhos de qualquer governo. Eles arrecadam e não tem culpa se o governo fecha postos de fiscalização que nem o da ponte do Guaíba, imaginam todos quantas mercadorias passam ali irregularmente? Mas a Fazenda é responsável pela arrecadação e se eles cruzarem os braços adeus faturamento, por isto são os INTOCÁVEIS e recebem todo um diferencial. Inclusive ali existe meritocracia pois tem "plus" pela produção. Sinto o fato de não sermos coesos em nossas lutas por melhorias, lá no Maranhão foi solicitada a prisão de 02 coronéis que estão engajados na manifestação da tropa em busca de melhores salários. Aqui só falamos, participações com raras exeções, fui admoestado um dia porque falei de não participação. Falei sem intenção de provocar discórdia ou ofender alguém, somente porque vivo os acontecimentos. A ASOFNM com um número ínfimo de associados em relação às associações de Praças colocou lá mais de 500 em sua reunião, nós com enorme quadro social não colocamos isso n Praça da Matriz. Finalizando, Secretaria da Fazenda dá lucro com autuações e polícia seja civil ou militar não arrecada, infelizmente dá prejuízo.
ResponderExcluirAbraços aos leitores.
Que nos significamos no contesto geral? Em poucas palavras é bem claro por sermos desunidos, somos o estrato do resido alimentar da mosca que pousa no resido alimentar do cavalo do bandido!!!! O magistério que é o maior berço eleitoral do governo vigente é o exemplo de que se vota , mais se cobra o devido! Somos toscos desunidos e desprovido de neurônios este é meu pensar dura Lex sed Lex. Shabat shalom adonai, bom final de semana a todos se é que é possível.
ResponderExcluir