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Comunidade dos Policiais e Bombeiros do Brasil

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Greve fora de hora

Seguindo a lógica de que a greve precisa provocar transtornos para forçar o patrão a negociar, a assembleia do magistério aprovou a paralisação a partir de segunda-feira. É o pior momento para suspender as atividades nas escolas. Vai empurrar o final do ano letivo para janeiro, prejudicando principalmente os alunos do 3º ano do Ensino Médio, que estão às portas do vestibular. Isso sem falar nos transtornos para quem planejou férias para janeiro e terá de mudar os planos se as aulas se estenderem para o início de 2012.
A greve não vai fazer brotar o dinheiro necessário para o governo integralizar o piso salarial dos professores. Se o Estado tivesse esses recursos, a ex-governadora Yeda Crusius teria pago, até para se livrar das pressões. Se houvesse dinheiro, Tarso Genro teria anunciado no primeiro dia de governo que a partir do dia seguinte o salário básico de todos os professores com contrato de 40 horas seria de R$ 1.187 e sobre esse valor incidiriam todas as vantagens pagas ao magistério. Hoje, seriam necessários R$ 1,5 bilhão para integralizar o piso, sem falar nos atrasados que a Justiça ainda vai dizer a partir de que momento começarão a ser contabilizados para efeito de cobrança retroativa.
Yeda questionou a constitucionalidade da lei do piso na Justiça e foi duramente criticada pelo PT. Tarso se comprometeu com o pagamento do piso na campanha e ao assumir informou ao Judiciário que o governo gaúcho não avalizava a ação de sua antecessora. O gesto foi comemorado pelos professores, mas a realidade das finanças falou mais alto: quando o STF decidiu que o piso era constitucional, que o valor é o básico (e não a soma das vantagens, como entendia a ex-secretária Mariza Abreu) e que , sim, era preciso reservar um terço da carga horária para a preparação das aulas, o governo reagiu. Foi ao Judiciário pedir esclarecimentos sobre a extensão da decisão e pleitear uma liminar que o isentasse de pagar o piso até o julgamento desses chamados embargos declaratórios. Era uma forma de ganhar tempo, já que a decisão do governo é pagar o piso até 2014.
Com a greve decretada, o governo aposta na divisão do magistério. O secretário da Educação, Jose Clovis Azevedo, acredita que a maioria dos professores vai trabalhar normalmente, até para não comprometer o ano letivo. Azevedo diz que a greve é inoportuna, porque ainda está em vigor o acordo firmado em abril, quando os salários foram reajustados. O governo avisa que vai cortar o ponto dos grevistas  e exigir a recuperação dos dias parados. O embate repete o que tem sido a relação do Cpers com os governos nos últimos anos. A diferença é que quando os governadores eram de outros partidos o PT estava ao lado dos professores, estimulando a paralisação


Fonte: Blog da Rosane de Oliveira:

http://wp.clicrbs.com.br/rosanedeoliveira/2011/11/18/greve-fora-de-hora/?topo=13%2C1%2C1%2C%2C%2C77

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