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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Adesão à greve é baixa na Capital e a secretaria comemora

Cpers visitou escolas a fim de mobilizar um maior número de educadores no movimento
Deivison Ávila
ANA PAULA APRATO/JC
Dos 150 professores do Protásio Alves, apenas quatro paralisaram
Dos 150 professores do Protásio Alves, apenas quatro paralisaram
A greve aprovada no final da semana passada pelo sindicato dos professores (Cpers) não refletiu em salas de aula totalmente vazias no dia de ontem, pelo menos, em Porto Alegre. Algumas escolas suspenderam as atividades para decidir se aderiam ou não à paralisação. Outras seguiram normalmente suas aulas, e poucas paralisaram totalmente.

Em contrapartida a baixa adesão, a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, percorreu algumas escolas para convencer, pessoalmente, seus colegas a paralisarem as atividades. "Quem criou todo esse impasse foi o governo do Estado. Continuaremos nossa luta por uma educação de qualidade, buscando melhores salários e com o desejo de amarrar essa reforma do Ensino Médio proposta pelo secretário de Educação", argumenta Rejane. Ela esteve por volta das 8h no Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre.

No saguão da escola, dezenas de alunos aguardavam o rumo da greve. Claudia Araújo, 16 anos, estudante do 1º ano do Ensino Médio, disse ser favorável ao movimento. Ao seu lado, a amiga Paloma Biton, 18 anos, aluna do 3º ano, ia contra o pensamento de Claudia. "Parar no final de ano, perto da semana de provas, ninguém merece. Acho a reivindicação correta, mas não é esse o momento", avalia Paloma. Após as palavras da amiga, Claudia voltou atrás: "É, realmente, fazer a greve agora prejudica muita gente".

Já no pátio, o clima era outro. Alunos do DCE da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufgrs) apoiavam membros do Grêmio Estudantil do Julinho, como é conhecida a tradicional escola. Ao grito de "o professor é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo", alguns alunos entendiam e apoiavam o movimento. No mesmo momento, a professora Astúria Vasconcelos explicava os motivos para não aderir ao grupo grevista. "Se a paralisação resolvesse, a educação estaria de outra maneira. Não acredito mais na greve", afirma a desanimada educadora.

No Instituto de Educação Flores da Cunha, as aulas foram suspensas durante a manhã para a realização de uma assembleia por parte dos educadores. Cerca de 80 professores e funcionários decidiram não aderir à greve, e apenas 18 dos presentes optaram pela paralisação.

No Colégio Protásio Alves, zona Central de Porto Alegre, o cenário era completamente oposto dos outros estabelecimentos de ensino. Alunos na sala de aula e professores lecionando normalmente. De acordo com a diretora, Sonia Boyde, não houve nem reunião para definir se haveria ou não paralisação. "Na sexta-feira passada, definimos que todos viriam normalmente nesta segunda-feira (ontem). Apenas quatro dos 150 professores optaram por aderir à greve, número pequeno dentro do contexto da instituição", diz Sonia. Ela explica que essas aulas serão substituídas por outras disciplinas.

Governo comemora fracasso no início da paralisação

A Secretaria de Educação (Seduc) comemorou a baixíssima adesão à paralisação dos professores.

Segundo dados oficiais de ontem, das 2.554 escolas estaduais gaúchas, apenas 55 ficaram totalmente paralisadas - um percentual de apenas 2,15%. Na Capital, nenhuma escola paralisou totalmente. O Cpers deve divulgar seu balanço amanhã.

"A maioria das escolas está funcionando e essa era a avaliação que fazíamos. Os professores têm bom senso e sabem que esse movimento não tem possibilidade de conquistas. O governo não tem verba para pagar o piso em 2011", explicou o secretário da Educação estadual, Jose Clovis de Azevedo.

Ele acrescentou que o governo planeja implementar gradativamente o piso nacional do magistério até 2014 - uma verba de R$ 500 milhões por ano, totalizando R$ 2 bilhões. "Em 2011 não havia nenhum recurso disponível para o aumento dos professores, mesmo assim concedemos 10,91%. O dobro dos últimos quatro anos e o dobro da inflação."

Com a previsão orçamentária, o governo estadual garante à categoria reajuste no início do ano letivo dos próximos três anos até a implantação do piso nacional, que atualmente está em R$ 1.187,00. Atualmente, o professor de categoria inicial recebe R$ 862,80 por 40 horas de trabalho.

Outro ponto de reivindicação da categoria é relacionado ao projeto de reformulação do Ensino Médio, que segundo o Cpers tem a intenção de "formar mão de obra barata" através de estágios para adaptar o aluno ao mercado. Nesse ponto, o secretário é categórico. "Não vamos retirar o projeto. O Ensino Médio será reformado em todo o País. Não podemos continuar com uma realidade de 40% de evasão ou reprovação. Queremos qualificar a escola pública."

Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=79253&fonte=nw

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