Reivindicações
antigas das Polícias Civil e Militar foram atendidas sem alarde, como o
reconhecimento como carreira jurídica para os delegados
Em silêncio, o governo de São Paulo manobrou durante o ano de 2011 para esvaziar a ameaça de greve na polícia no Estado. Reivindicações antigas das Polícias Civil e Militar foram atendidas sem alarde, como o reconhecimento como carreira jurídica para os delegados e a promoção ao posto imediato em caso de aposentadoria para os policiais militares. Outras promessas estão a caminho. E assim as principais lideranças das polícias são hoje contrárias à greve.
"Não há perspectiva de ruptura com o governo, mais pelo que a polícia pode conquistar do que pelo que já nos foi dado", disse a delegada Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro. Marilda comandou a greve de 2008 da Polícia Civil, quando os civis e militares se enfrentaram na frente do Palácio dos Bandeirantes.
Marilda derrotou o ex-delegado-geral Domingos de Paulo Neto e se elegeu presidente da Associação de Delegados da Polícia Civil. "Demos um voto de confiança ao governador Geraldo Alckmin, que tem mantido um diálogo respeitoso com a gente."
Entre os coronéis da Polícia Militar ninguém acredita que a onda de greves chegue a São Paulo. "Está tudo calmo. O que mais nos preocupa aqui é quem será o novo comandante", afirmou um coronel da PM ouvido pelo Estado – o atual comandante, o coronel Alvaro Camilo, vai para a reserva em maio.
Briga
O que também preocupa os oficiais no Estado Maior da corporação: o futuro da Operação Delegada. Eles temem que uma briga política de Alckmin com o prefeito Gilberto Kassab (PSD) paralise a ampliação da operação. Um temor que, segundo o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, é injustificado. "Trata-se de uma experiência vitoriosa", afirmou.
Mais de uma centena de municípios do Estado quer seguir o exemplo de São Paulo e pagar um salário extra aos PMs para usá-los no combate ao comércio clandestino dos camelôs. Os prefeitos creem que manter mais tempo os PMs nas ruas pode reduzir em até 60% os crimes.
Como recebem quase um salário a mais pelo bico extra, a Operação Delegada também ajuda a diminuir as pressões por aumento salarial – Kassab reservou R$ 150 milhões no orçamento de 2012 para pagar PMs empregados na operação. Recentemente, o Comando-Geral enviou ao Palácio dos Bandeirantes uma lista com mais seis cidades para onde a operação pode ser expandida.
Para Ferreira Pinto, além da Operação Delegada, o aumento de 27% concedido aos policiais, a incorporação parcelada aos salários da gratificação de local de trabalho e as promoções dos policiais que ocupavam os postos mais baixos também ajudam a explicar por que "em São Paulo, a situação é de absoluta calma".
Quando foi confirmado pelo governador Alckmin como secretário – Ferreira Pinto estava no cargo desde março de 2009, ainda na gestão de José Serra (PSDB) –, uma de suas maiores preocupações era desarmar a bomba das reivindicações salarias das duas polícias. Serra chegou a ser vaiado na formatura de novos alunos oficiais na Academia da PM e enfrentou uma das maiores crises de seu governo na greve da Polícia Civil de 2008. Por enquanto, as concessões conseguiram evitar nova paralisação.
Em silêncio, o governo de São Paulo manobrou durante o ano de 2011 para esvaziar a ameaça de greve na polícia no Estado. Reivindicações antigas das Polícias Civil e Militar foram atendidas sem alarde, como o reconhecimento como carreira jurídica para os delegados e a promoção ao posto imediato em caso de aposentadoria para os policiais militares. Outras promessas estão a caminho. E assim as principais lideranças das polícias são hoje contrárias à greve.
"Não há perspectiva de ruptura com o governo, mais pelo que a polícia pode conquistar do que pelo que já nos foi dado", disse a delegada Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro. Marilda comandou a greve de 2008 da Polícia Civil, quando os civis e militares se enfrentaram na frente do Palácio dos Bandeirantes.
Marilda derrotou o ex-delegado-geral Domingos de Paulo Neto e se elegeu presidente da Associação de Delegados da Polícia Civil. "Demos um voto de confiança ao governador Geraldo Alckmin, que tem mantido um diálogo respeitoso com a gente."
Entre os coronéis da Polícia Militar ninguém acredita que a onda de greves chegue a São Paulo. "Está tudo calmo. O que mais nos preocupa aqui é quem será o novo comandante", afirmou um coronel da PM ouvido pelo Estado – o atual comandante, o coronel Alvaro Camilo, vai para a reserva em maio.
Briga
O que também preocupa os oficiais no Estado Maior da corporação: o futuro da Operação Delegada. Eles temem que uma briga política de Alckmin com o prefeito Gilberto Kassab (PSD) paralise a ampliação da operação. Um temor que, segundo o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, é injustificado. "Trata-se de uma experiência vitoriosa", afirmou.
Mais de uma centena de municípios do Estado quer seguir o exemplo de São Paulo e pagar um salário extra aos PMs para usá-los no combate ao comércio clandestino dos camelôs. Os prefeitos creem que manter mais tempo os PMs nas ruas pode reduzir em até 60% os crimes.
Como recebem quase um salário a mais pelo bico extra, a Operação Delegada também ajuda a diminuir as pressões por aumento salarial – Kassab reservou R$ 150 milhões no orçamento de 2012 para pagar PMs empregados na operação. Recentemente, o Comando-Geral enviou ao Palácio dos Bandeirantes uma lista com mais seis cidades para onde a operação pode ser expandida.
Para Ferreira Pinto, além da Operação Delegada, o aumento de 27% concedido aos policiais, a incorporação parcelada aos salários da gratificação de local de trabalho e as promoções dos policiais que ocupavam os postos mais baixos também ajudam a explicar por que "em São Paulo, a situação é de absoluta calma".
Quando foi confirmado pelo governador Alckmin como secretário – Ferreira Pinto estava no cargo desde março de 2009, ainda na gestão de José Serra (PSDB) –, uma de suas maiores preocupações era desarmar a bomba das reivindicações salarias das duas polícias. Serra chegou a ser vaiado na formatura de novos alunos oficiais na Academia da PM e enfrentou uma das maiores crises de seu governo na greve da Polícia Civil de 2008. Por enquanto, as concessões conseguiram evitar nova paralisação.
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