Levantamento de ZH mostra que os municípios com maior população ainda aguardam recursos
Dos 10 mais populosos municípios
gaúchos, metade não recebeu nenhum real do Programa Nacional de
Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) em 2011. Mesmo entre os
prefeitos contemplados com verbas para investir
no combate à violência, é crescente o temor diante da possibilidade de
extinção do programa, que desde 2009 apresenta cortes na liberação de
recursos.
O problema enfrentado pelas cidades
segue a tendência estadual, revelada ontem por ZH. Administrado pelo
criador do Pronasci, Tarso Genro, o governo do Estado fechou o ano
passado sem receber nada da iniciativa coordenada pelo Ministério da
Justiça. Entre os prefeitos, Tarcísio Zimmermann (PT), de Novo Hamburgo,
foi um dos que mais demonstrou preocupação:
– Ficamos assustados com a perspectiva do Pronasci não ter continuidade. Será um desperdício daquilo que foi investido até agora.
A prefeitura de Porto Alegre vê com apreensão o futuro do programa criado por Tarso e que, nas mãos da gestão Dilma Rousseff, está sendo enfraquecido.
– Observo a situação com muito pesar.
Para nós, o Pronasci foi uma alavanca espetacular – afirmou o secretário
dos Direitos Humanos e da Segurança Urbana, Nereu D’Ávila (PDT).
Prefeito de Rio Grande reclama do programa
Entre os que não receberam nada em 2011,
está Rio Grande, no sul do Estado. Durante o ano, restou à prefeitura
trabalhar com os R$ 900 mil recebidos ainda em 2010.
– Tentamos inscrever mais propostas para receber investimentos em 2011, mas não conseguimos. O sistema estava fechado – reclamou o prefeito Fábio Branco (PMDB).
Inscrita desde 2009 para implantar dois
programas na área da segurança, a prefeitura de Viamão não obteve
retorno do governo federal.
– Estamos preocupados. Adotamos a ideia
do Pronasci, mas simplesmente não fomos contemplados – criticou o
coordenador do Gabinete de Gestão Integrada de Viamão, Ramon Lindemann.
CARLOS ROLLSING E JULIANA BUBLITZ
MULTIMÍDIA
ENTREVISTA
“Há uma preocupação sobre o Pronasci”
Eduardo Pazinato, Presidente da Associação de Secretários de Segurança
Segundo o presidente da Associação
Estadual de Secretários e Gestores Municipais de Segurança Pública do
Estado e titular da pasta em Canoas, Eduardo Pazinato, o futuro incerto
do Pronasci preocupa as prefeituras gaúchas. Apesar disso, ele segue
otimista. Confira:
Zero Hora – O governo do Estado não recebeu verbas do Pronasci em 2011. E as prefeituras gaúchas como ficaram?
Eduardo Pazinato – A maioria das
prefeituras, à exceção de Canoas, que foi o município que iniciou a
execução dos programas do Pronasci, ainda está com recursos para
executar, que foram captados em 2009 e 2010. Acredito que a maioria dos
municípios não apresentou novos projetos junto ao governo federal, e
essa é uma das razões pelas quais não recebeu nada em 2011.
ZH – Canoas, que é um das vitrines do Pronasci e é a cidade em que o senhor é secretário, recebeu verbas do programa em 2011?
Pazinato – Foi feito o empenho de R$ 1
milhão na última semana de dezembro, que será destinado à renovação do
Núcleo de Justiça Comunitária do Território de Paz do Guajuviras e à
implantação do núcleo no Território da Grande Mathias e Harmonia.
ZH – Então, na prática, o dinheiro ainda não chegou. Vocês acreditam que virá?
Pazinato – Sim. O convênio já foi assinado. Estamos prevendo a inauguração do núcleo da Mathias ainda para o primeiro semestre.
ZH – Os secretários de Segurança estão satisfeitos com o Pronasci?
Pazinato – Há uma preocupação sobre os
rumos do Pronasci na atual política nacional de segurança pública, mas
temos a expectativa de que o programa possa continuar fortalecido a
partir de 2012.
ZERO HORA
Nenhum comentário:
Postar um comentário