Advogado do major Oliveira afirma que idade avançada e problemas de saúde justificam o pedido
BELÉM - O major da reserva da Polícia Militar do Pará, José
Maria Oliveira, condenado a 158 anos e quatro meses como um dos líderes
do massacre de 19 trabalhadores rurais sem-terra, em abril de 1996, no
município de Eldorado dos Carajás, no sudeste paraense, apresentou-se na
manhã desta terça-feira, 8, no Centro de Recuperação Especial Anastácio
das Neves, no município de Santa Isabel, para cumprir a pena. Oliveira
agora é vizinho de cela do coronel Mário Colares Pantoja, condenado no
mesmo processo a 228 anos. Pantoja se apresentou na segunda-feira, 7,
após tomar ciência do mandado de prisão expedido contra ele pelo juiz
Edmar Pereira, da 1a Vara do Tribunal do Júri de Belém.
Tarso Sarraf
Condenado a 158 anos e quatro meses, major José Maria Oliveira foi preso nesta terça
O advogado informou que no caso de Oliveira, ao contrário de Pantoja, ainda não há sentença com trânsito em julgado. Ou seja, ainda cabe um último recurso. Esse recurso é um pedido de habeas-corpus em favor do major que aguarda julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Estamos aguardando isso para entrar com outro recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF)", disse Gama.
Em entrevista ao Estado, o advogado Roberto Lauria, defensor do coronel Pantoja, foi taxativo: "é preciso avaliar se o coronel pode cumprir a pena na penitenciária ao lado de outros presos e se ele não corre nenhum risco". Para Lauria, seria necessário o sistema penal fazer um levantamento para saber se esse risco de fato existe e se não seria melhor transferir o coronel para um batalhão da PM.
"Eu já protocolei no mesmo dia da prisão do coronel, ao juizado da 1a Vara do Tribunal do Júri, o pedido para que ele seja transferido. No quartel a alimentação é diferenciada, não é a mesma fornecida pelo sistema penal, e o coronel tem direito a banho de sol", informou Lauria, acrescentando que Pantoja possui curso superior, bons antecedentes, e "não foi expulso" da PM.
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