ANTONIO PAZ/JC
Símbolo do movimento no Estado, senhoras compareceram com seus tricôs
PGE enviou minuta de projeto à Casa Civil no início do ano solicitando retomada da central de conciliação
Símbolo do movimento no Estado, senhoras compareceram com seus tricôs
PGE enviou minuta de projeto à Casa Civil no início do ano solicitando retomada da central de conciliação
Em conjunto com entidades de servidores ativos e inativos do Estado, a
Frente Parlamentar dos Precatórios Judiciais, coordenada pelo deputado
estadual Frederico Antunes (PP), realizou ao longo de todo o dia de
ontem, na Assembleia Legislativa, o I Fórum da Semana Estadual de
Conscientização dos Direitos dos Precatoristas do Rio Grande do Sul.
No
final da tarde, o grupo redigiu um documento com 19 propostas para
acelerar o processo de reconhecimento das dívidas e pagamento de
precatórios por parte do Estado. Entre as sugestões, está o retorno da
central de conciliação, que possibilitaria maior agilidade no processo.
Presente
na mesa de encerramento, no plenarinho da Assembleia, a procuradora
responsável pela Equipe de Precatórios da Procuradoria-Geral do Estado
(PGE), Patrícia Neves Pereira, informou que a instituição enviou, no
início do ano, uma minuta de projeto de lei para a retomada da central
de conciliação. Porém, até agora não houve resposta da Casa Civil sobre a
proposta. O Rio Grande do Sul tem uma dívida de R$ 5,7 bilhões em
precatórios.
Quando Frederico disponibilizou o microfone para os
presentes se manifestarem, várias propostas foram sugeridas em meio a
fortes cobranças. O representante do Fórum Magister de Aposentados do
Cpers/Sindicato, lembrou que não se tratavam de reivindicações, mas da
cobrança de dívidas reais do Estado, que seriam ampliadas pelo não
pagamento do piso nacional do magistério, tornando-se, futuramente,
precatórios.
Na primeira fila, Ibraima de Oliveira, de 68 anos,
tecia pacientemente o tricô em lã cor de rosa, com o olho na linha e o
ouvido nas falas. Como ela, muitas outras senhoras - do movimento das
tricoteiras - teciam agasalhos e mantas de tricô no local. Quando o
microfone chegou a sua mão, Ibraima deixou a paciência de lado e desfiou
uma lista de reclamações contra a demora do Estado em pagar suas
dívidas.
“Acho que todo aquele que é candidato não pode prometer o
que não pode cumprir”, bradou, ao criticar o Executivo por não
disponibilizar recursos para honrar seus compromissos. Entre aplausos, a
sexagenária ouviu uma sugestão da plateia. “A Ibraima tinha que ser
assessora do Tarso (Genro)”, gritou uma senhora. Ibraima recusou a
proposta.
Alexandre Leboutte
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