Embora contrário à extinção da Polícia Militar, Leonel Lucas admite que é necessário mudar a formação de policiais no paísO presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (ABAMF),
que representa os soldados da Brigada Militar gaúcha, Leonel Lucas
sustenta que a formação dos policiais militares no Brasil é defasada e
reproduz uma metodologia conservadora. “Temos que mudar nossa
metodologia, não acabar com a instituição. Quem fará o trabalho que
fazemos? Se acabar com a Polícia Militar, outros agentes de segurança
serão ensinados na mesma metodologia. Eu acredito que é melhor
incorporar as sugestões da ONU na nossa prática”, diz. E complementa:
“Nossos ensinamentos são ultrapassados. A função da polícia é lidar com
pessoas, abordar pessoas. Para fazer isso temos que investir no ensino
dos policiais e nas instruções para respeitar os direitos humanos e não
passar o dia marchando, batendo continência e limpando os coturnos”,
acusa.
Segundo o policial militar, o incentivo à formação e a reformulação
das academias de polícia seria, ao invés do fim, um bom recomeço para as
instituições militares. “Temos que receber incentivo ao estudo. Fazer o
terceiro grau. Os cursos de sargento no Rio Grande do Sul tem práticas
de serviços gerais, como abrir buracos, carregar madeira e fazer faxina.
O que isso vai auxiliar para prestarmos um bom serviço para a
comunidade?”, indaga.
Já o presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes
da Brigada Militar, Aparício Costa Santellano acredita que os casos de
abuso são isolados e não uma prática comum da corporação. “Não podemos
generalizar e achar que isso é a metodologia ensinada. Não é rotina e
não compactuamos com atuação de servidores neste sentido”, argumenta.
Ele acredita que para melhorar a segurança pública no Brasil o
necessário é aumentar os investimentos dos governos na área. “Não se faz
segurança pública sem grandes investimentos. É caro. A sociedade tem
que ter esta compreensão e cobrar para que isso aconteça”, salientou.
Fonte:SUL 21
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