Os policiais militares que participarem de menos ocorrências com morte ganharão pontos para aumentar a remuneração
O Comando-Geral
da Polícia Militar de São Paulo criará remuneração variável para
valorizar os praças e oficiais. A letalidade policial fará parte da
lista de indicadores que renderão gratificações maiores aos melhores
agentes de segurança. Os PMs que menos se envolverem em ocorrências
suspeitas de resistência seguida de morte ganharão pontos para aumentar
os vencimentos.
Os agentes com
mais pontos ao longo do mês receberão bonificações maiores. Esse índice
será feito com base em uma lista de metas ligadas à redução da
criminalidade e à produtividade da ação policial relacionada, por
exemplo, a apreensão de armas e revistas de suspeitos. Essas são algumas
das medidas a serem apresentadas pelo comandante-geral da PM, coronel Roberval
Ferreira França, para reformar a corporação. No cargo desde o dia 24 de
abril, segundo ele, o plano passou a ser executado nos primeiros dias
de sua gestão. A ideia já foi apresentada ao governador Geraldo Alckmin
(PSDB) e ao secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto.
“O governador reagiu da seguinte forma: ‘Meus parabéns, aprovo na
totalidade e tem minha liberação para colocar 100% dessas propostas em
realidade”, disse o comandante. Outra medida importante é a
descentralização da Corregedoria, com a criação de 12 gabinetes
regionais na capital, Grande São Paulo e no Interior.
O comandante
afirmou que pretende mudar as normas internas para tornar mais rápidas a
punição e a expulsão de policiais envolvidos em crimes. França declarou
que a reforma não tem o objetivo de responder à sucessão de notícias
negativas na área da Segurança Pública que vieram à tona no período de
sua gestão.
Entre os
principais problemas, houve, em junho, uma sequência de seis PMs
executados. Escutas da Polícia Civil identificaram criminosos da facção
Primeiro Comando da Capital (PCC) como os responsáveis. Até ontem, 54
policiais militares já haviam morrido a tiros neste ano.
No fim do mês
passado, a morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 42 anos,
assassinado por PMs durante uma abordagem, causou série de críticas.
Movimentos sociais iniciaram coleta de assinaturas pedindo a
desmilitarização, e a Defensoria e o Ministério Público Federal (MPF)
ameaçam entrar com ações contra o comando.
Segundo França
declarou, no ano passado, entre os 43 milhões de chamados feitos pelo
190, 90% foram pedidos de intervenção social, como partos, mediações de
conflitos, problemas de barulhos. Só 10% estavam relacionados a crimes.
(das agências de notícias)
ENTENDA A NOTÍCIA
Mesmo com parte
significativa do serviço voltado à proteção, a Polícia Militar ainda
prioriza as atividades de combate ao crime e de controle social,
determinando a postura de seus homens e sua imagem perante a sociedade.
O Povo on line
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