Entre os motivos que farão os professores protestarem, no dia 14, contra o pacote de sustentabilidade financeira do governo, estão as mudanças previstas no pagamento das requisições de pequeno valor (RPVs). Para o Cpers, elas prejudicam quem já abriu mão de receber os valores a que tinha direito para tentar ter acesso a uma parte deles. O governo diz que tenta garantir os pagamentos e argumenta que não adianta manter a regra atual sem ter previsão orçamentária.
Os pontos de divergência
- Piso Nacional do Magistério
O que defende o Cpers:
Depois de incluir a reivindicação nas negociações do reajuste salarial, o magistério pedirá ao Executivo que informe como pretende chegar ao valor do piso dentro dos quatro anos de governo.
O que diz o governo:
Que vai conceder um reajuste de 63% até o fim do governo e que, de início, o magistério já obteve um reajuste de quase 11%. Admite que, na atual conjuntura, não tem como implantar o piso como o básico do plano de carreira.
- Sustentabilidade Financeira
O que defende o Cpers:
Exige a retirada do pacote da Assembleia. Para a categoria, não há garantia de que, no futuro, a mudança nas alíquotas da previdência para parte dos servidores não abra precedente para novos aumentos. O Cpers assegura que, quando for pago o piso nacional, parte do magistério será atingido pela mudança. Argumenta que adotar dois regimes próprios de previdência é inconstitucional e que não há garantias sobre o futuro do fundo de capitalização previsto.
O que diz o governo:
Segundo a Casa Civil, para chegar ao piso nacional em quatro anos, a categoria terá 63% de reajuste. Com isso, os que vierem a se enquadrar nos valores salariais previstos no projeto da Previdência terão aumento médio do desconto da contribuição de 1%.
Gratificação por permanência:
O que propõe o governo:
Planeja o aumento na gratificação de permanência em serviço, dos atuais 35% para 50%, aos servidores que já tenham condições para solicitar aposentadoria. Para o magistério, também há um projeto em tramitação para que, à gratificação especial, seja adicionado 80% do vencimento básico do Professor Classe A, Nível 1.
O que diz o Cpers:
Considera a proposta um subterfúgio para evitar a realização de concursos.
- Mudanças no Plano de Carreira
O que estuda o governo:
A aplicação de mecanismos como a bonificação por qualificação e sistemas de avaliação que envolvam os demais agentes da comunidade escolar. O governo, contudo, segue informando que não pretende mexer no plano.
O que diz o Cpers:
Que mudanças no plano, bem como a meritocracia, serão refutadas. E que não há nenhuma diferença entre meritocracia e avaliação por mérito.
FONTE: JORNAL CORREIO DO POVO ANO 116 Nº 248 - PORTO ALEGRE, DOMINGO, 5 DE JUNHO DE 2011
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