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domingo, 5 de junho de 2011

Declarações de Tarso alimentam tensão

Possibilidade de haver mudanças no plano de carreira preocupa Cpers

Professores prometem não ceder às tentativas de adotar meritocracia<br /><b>Crédito: </b> cristiano estrela / cp memória
Professores prometem não ceder às tentativas de adotar meritocracia
Crédito: cristiano estrela / cp memória
Alimentado pela possibilidade de ocorrer uma tentativa do Executivo de alterar o plano de carreira da rede estadual, aumenta o tensionamento das relações entre o magistério e o governo do Estado. Declarações do governador Tarso Genro, na Coreia do Sul, sobre a possibilidade de pagamento de bônus por qualificação aos professores e a solicitação de informações sobre o novo plano de carreira do magistério do município de Canoas, administrado pelo petista Jairo Jorge, pioraram uma relação já debilitada por divergências em relação ao pacote de sustentabilidade financeira.

O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, saiu a campo para afirmar que o governo se comprometeu a não mudar o plano e minimizar a possibilidade de crescimento dos conflitos. "Não se pretende adotar o modelo de Canoas. O caso da cidade serve como exemplo de negociação bem-sucedida. Mas o contexto é bem diferente", assegura Pestana.

Os professores lembram que, nas tratativas sobre o reajuste, a alteração no plano de carreira é sugerida na mesa de negociação. A presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, avalia, contudo, que o governador está tentando tirar o foco do pacote, mas ressalva que as categorias estão preparadas para combater tentativas de mudanças no plano e projetos que incluam a meritocracia. "O governo se comprometeu a não mexer. Se mexer, estará descumprindo sua palavra. Não há mecanismo legal que impeça, mas temos ânimo e disposição política."

O governo não esconde considerar que o plano de carreira atual engessa reajustes devido ao efeito cascata que está atrelado a qualquer aumento sobre o vencimento básico. "Quando falam em mexer, a preocupação é alterar o básico. Porque o próprio sindicato mantém a ideia do plano menos pelo piso e mais porque o plano proporciona a indexação do conjunto da carreira", diz Pestana.


FONTE: JORNAL CORREIO DO POVO ANO 116 Nº 248 - PORTO ALEGRE, DOMINGO, 5 DE JUNHO DE 2011

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