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Comunidade dos Policiais e Bombeiros do Brasil

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Por que verticalidade

Em 1992, criou-se um abismo com o fim da verticalidade de salários na Polícia Civil. Ao passo que delegados incorporaram a gratificação de risco e tiveram ganhos equivalentes ao de procuradores do Estado, os agentes não só amargaram perdas que até hoje não recuperaram, mas testemunharam o achatamento de seus contracheques através de sucessivos governos.
Collares cortou parte da gratificação de risco. Brito deu calote nos 19%. Demorou o governo Olívio inteiro
para termos restituídos os 222% em parcelas. A matriz salarial no governo Rigotto distribuiu migalhas. Yeda decidiu aumentar a diferença nos salários e engordou contracheques dos altos salários em geral.
Os policiais civis estão cansados de ser enganados. É um erro acreditar que a Ugeirm não quer delegados bem remunerados. Quer sim. A verticalidade é a circunstância que apaziguaria ânimos de todos, sepultaria antigos ressentimentos e projetaria perspectivas reais de unidade de uma categoria.
Somos policiais civis. O abismo não nos fortalece.
Durante um debate na TV, o presidente da Ugeirm insistiu no assunto e o mediador dirigiu a pergunta ao presidente da Asdep. “Alguns delegados são contra a verticalidade”, respondeu Wilson Müller. “Eu não consigo acreditar como um delegado, que trabalha ao lado de um agente, consegue ser contra”, replicou Ortiz.
Posições institucionais são importantes: a Ugeirm defende a verticalidade, porque acredita ser esta solução
que a todos atenderia, inclusive para prosseguir em permanente e continuada campanha por melhorias salariais.
Por muito tempo, reverberou junto a uma parte da categoria, sabe-se lá por quais razões, a falsa ideia de que a Ugeirm divide policiais civis.
É passada a hora de acabar com esse baile de máscaras. Não se pode transformar quem protege investigadores, inspetores e escrivães no agente opressor de toda uma categoria. É como culpar negros pela escravidão, mulheres pelo espancamento ou crianças pelo abuso sexual.
Ninguém quer que juízes, promotores ou procuradores da PGE ganhem mal, mas é preciso ter força política
suficiente para demonstrar a efetiva vilania que representa um subsídio de 24 mil reais por mês quando nós, em atividade de risco, temos 2 mil para mal sobreviver. A verticalidade é uma nova certidão de nascimento, respeito e confiança recíproca.

O presente editorial foi transcrito da seguinte fonte: http://www.ugeirm.com.br/jornal/jornaloutubro.pdf

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