Salários variam de R$ 11 mil a R$ 19,7 mil nessas categorias
BRASÍLIA
– O grupo de servidores que pretende paralisar suas atividades na
próxima semana, engrossando a onda das greves no serviço público
federal, faz parte da nata do funcionalismo, com salários entre R$ 11
mil e R$ 19,7 mil. São os funcionários do Banco Central (BC), policiais
federais, auditores e técnicos da Receita Federal. Eles integram as
chamadas carreiras de Estado, mais valorizadas pelos últimos governos e
seus salários chegam a ser discrepantes, se comparados à massa do
funcionalismo, que estão no chamado "carreirão", cujos contracheques
variam entre R$ 2,9 mil (fim de carreira no nível intermediário) e R$
5,6 mil (nível superior).
Mesmo as carreiras estruturadas
recentemente pelo governo para profissões de nível superior, como
engenheiros, economistas, geólogos, arquitetos e estatísticos estão com
salários muito aquém do grupo seleto de funcionários públicos. Os
contracheques variam entre R$ 5 mil R$ 6,3 mil.
Segundo dados do
Ministério do Planejamento, o salário dos servidores do BC varia entre
R$ 12.960 e R$ 19.451. Os fiscais da Receita ganham entre R$ 11.595 e R$
19.451. Os policiais federais, entre R$ 11.879 (escreventes e agentes) e
R$ 19.699 (delegados).
Operação-padrão, que prejudica exportações, será reforçada
Na
próxima semana, policiais federais reforçam a operação padrão nos
aeroportos, portos e áreas de fronteira. Esse tipo de procedimento, que
prejudica sobretudo o comércio exterior, já está sendo executado pelos
fiscais da Receita, além dos funcionários da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), que já estão em greve há algumas semanas.
No
caso dos policiais federais, 14 estados já votaram pela greve geral nas
atividades fora de aeroportos, portos e regiões de fronteira. Os
fiscais da Receita fazem paralisação de 24 horas na segunda e já estão
com indicativo de greve. Os funcionários do BC cruzam os braços na
quarta-feira.
Além da Anvisa, funcionários das outras agências
também estão em greve. Embora reivindiquem equiparação à carreira de
Estado, os salários pagos pelos órgãos reguladores já são praticamente
equivalentes, principalmente nos cargos de nivel superior. Neste caso, o
contracheque varia entre R$ 9.263 e R$ 17.479 (especialista em
regulação).
A greve no setor público completou ontem 44 dias e já
atinge 16 órgãos públicos e ministérios. Ao todo, aderiram ao movimento
cerca de 350 mil funcionários em todo o país, segundo sindicalistas.
Mas, para o Planejamento, que ainda tenta reverter a decisão judicial
que impede o corte dos dias parados, o universo de grevistas está
superestimado.
Segundo interlocutores do governo, a massa de
servidores tem chances reais de ser contemplada com reajuste linear a
partir de 2013, bem como os militares. Falta apenas definir os
parâmetros da proposta orçamentária para fechar os percentuais de
aumento.
Já para os demais, incluindo os funcionários das
estatais, as perpectivas de ganhos reais são pequenas. A explicação é
que essas categorias já foram beneficiadas e agora precisam dar
resultado, disse uma fonte.
Os fiscais da Receita querem aumento
de 30%. Os policiais federais ainda não definiram pleitos de reajustes,
mas querem plano de cargos e salários, como o pessoal do BC.
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