O anúncio do governo, por meio de acordo temporário com o MP, de pagar
parcela completiva para que nenhum professor gaúcho ganhe menos de R$
1.451,00, para jornada de 40 horas, servirá apenas para amenizar o
passivo que terá de ser pago adiante pelo Estado. Na prática, porém, a
medida garante um reajuste aos que ganham menos, mas não altera o
cenário. O governo continuará não pagando o piso nacional, que, por ser o
básico da categoria, é o valor sobre o qual incidem benefícios e
gratificações, entendimento do Supremo, que considerou o piso
constitucional. Em 2009, a então governadora Yeda Crusius fez uma
proposta similar, de um completivo sobre o total da remuneração para que
nenhum professor recebesse abaixo de R$ 1,5 mil. A medida era coerente
com Adin, avalizada pelo Piratini, que na época questionava no Supremo o
entendimento de piso como básico. A medida foi duramente criticada
pelas bancadas de oposição, principalmente pela do PT, e não saiu do
papel. Além de não garantir o cumprimento da legislação federal,
politicamente, a forma como foi feito o anuncio pelo Executivo, que
ganhou viés político, se mostrou precipitado e acabou trazendo o piso
novamente para o centro do debate, num momento em que Cpers e oposição
estavam em silêncio.
Fonte: Correio do Povo 27abr2012
Coluna da Taline Oppitz
taline@correiodopovo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário