Diploma fornecido pela BM é reconhecido em Portugal e na Espanha
Gaúchos podem atuar como salva-vidas na Europa
Crédito: Paulo Nunes |
Participar da Operação Golfinho, da Brigada
Militar (BM), pode significar mais do que um serviço temporário para o
aspirante ao cargo. É, também, uma possibilidade de consegir um contrato
para atuar como salva-vidas na Europa, principalmente em praias de
Portugal e Espanha. O diploma fornecido pela BM é reconhecido pela
Marinha portuguesa, instituição encarregada da fiscalização dos
quiosques, que, por sua vez, são os responsáveis pela contratação dos
salva-vidas, chamados naquele país de nadador salvador. Assim, mesmo o
serviço sendo privatizado, a Marinha lusitana é quem comanda, impondo
regras para a contratação dos profissionais e de como o trabalho deve
ser desenvolvido. As autoridades espanholas também reconhecem o diploma
expedido pela instituição militar do Rio Grande do Sul.
Para atuar como nadador salvador, o candidato deve apresentar o certificado da Operação Golfinho e também o da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). No entanto, em muitos casos, o candidato mostrando o documento da Golfinho é aceito sem maiores problemas. O treinamento rigoroso feito no RS, aliado a morfologia do mar aqui no Estado, fez a Marinha de Portugal conferir ao diploma da Operação Golfinho o mesmo status de um curso ministrado no continente europeu.
Passaporte
Com este "passaporte" na mão, o administrador em gestão de negócios, Rogê Müller, 32 anos, não teve dúvidas: se inscreveu para atuar como salva-vidas em Portugual. Hà sete anos ele participa da Golfinho. Este ano, ele foi selecionado pelos europeus e ficou 4 meses e 20 dias - verão no hemisfério Norte -, na Costa da Caparica, um balneário situado próximo a Lisboa. Pelo serviço, Müller recebia um salário mensal de 850 euros, mais estadia, deslocamento até a guarita, café da manhã, almoço e café da tarde, chamado pelos portugueses de "pequeno lanche". "Na ilha da Madeira o salário é de 1,2 mil euros por mês, mas é exigida fluência no idioma inglês", contou o nadador salvador gaúcho. "Estamos reivindicando que, para o ano que vem, nas outras praias portuguesas seja aumentada a verba, para mil euros, pelo menos", contou Müller, lembrando que os protugueses não pagam a passagem do Brasil para Porgugal e vice-versa, dinheiro que sai do bolso do selecionado.
Müller foi um dos 15 gaúchos, de um grupo de 16 - o 16º era um bombeiro catarinense -, que embarcou para a Europa. Isto ocorreu graças a um convênio firmado entre a Marinha portuguesa com a Sobrasa, propiciando este tipo de intercâmbio. Em praias lusitanas, os profissionais brasileiros recebem uma carteirinha, que os habilita a trabalhar em qualquer balneário do país. "Ter o diploma da Golfinho é meio caminho andado", ressaltou Müller, que tem a intenção de ser piloto da aviação comercial. Ele revelou que irá usar o dinheiro ganho na Europa para complatar as aulas de pilotagem.
Bermundas e maiôs
O salva-vidas gaúcho considerou a experiência muito valiosa. Ele contou ter aproveitado a permanência na Europa para contatos com pessoas de sua área, o que incluiu viagens a Paris e à Holanda. No entanto, um costume português pareceu estranho a ele a aos colegas brasileiros. Os nadadores salvadores não usam sungas no trabalho diário, como ocorre no Brasil. O "uniforme" é um calção longo, mais parecendo uma bermunda e uma camiseta. As mulheres, que atuam como salva-vidas não usam biquínis e sim um maiô, algo que dificulta os movimentos na hora de correr para tirar alguém na iminência de se afogar. "Eles (portugueses) nos explicaram que a vestimenta é uma tradição, algo que remonta ao início do século passado", contou Müller. "Mas é engraçado, pois, se por um lado, existe um conservadorismo em relação às roupas dos salva-vidas, por outro o top-less e feito em todas as praias, independente da idade", comentou.
O movimento na Costa de Caparica, no Atlântico, é grande, com turistas de várias partes do mundo. De acordo com Müller, os profissionais destacados para trabalhar ali têm ótimas condições, sendo posto à disposição dos profissionais walkie-talkies, moto, enfermeiros, jet-ski, entre outros.
O banhista português, salientou o candidato para a Golfinho deste ano, até não se arrisca muito no mar. No entanto, os estrangeiros não costumam tomar o mínimo cuidado. Müller revelou que 40% dos salvamentos efetuados na praia em que atuava eram de estrangeiros, como espanhóis e canadenses. "As bandeiras nas guaritas são da mesma cor das daqui, pois é algo universal, apenas a quadriculada (significando esportes aquáticos ou barcos) não é muito usada no Brasil", disse Müller, que com um corte no pé, fez questão de não ser desligado do treinamento para atuar em águas internas (rios, lagos e açudes) na Operação Golfinho 2011/2012.
Fonte: Paulo Roberto Tavares / Correio do Povo
Para atuar como nadador salvador, o candidato deve apresentar o certificado da Operação Golfinho e também o da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). No entanto, em muitos casos, o candidato mostrando o documento da Golfinho é aceito sem maiores problemas. O treinamento rigoroso feito no RS, aliado a morfologia do mar aqui no Estado, fez a Marinha de Portugal conferir ao diploma da Operação Golfinho o mesmo status de um curso ministrado no continente europeu.
Passaporte
Com este "passaporte" na mão, o administrador em gestão de negócios, Rogê Müller, 32 anos, não teve dúvidas: se inscreveu para atuar como salva-vidas em Portugual. Hà sete anos ele participa da Golfinho. Este ano, ele foi selecionado pelos europeus e ficou 4 meses e 20 dias - verão no hemisfério Norte -, na Costa da Caparica, um balneário situado próximo a Lisboa. Pelo serviço, Müller recebia um salário mensal de 850 euros, mais estadia, deslocamento até a guarita, café da manhã, almoço e café da tarde, chamado pelos portugueses de "pequeno lanche". "Na ilha da Madeira o salário é de 1,2 mil euros por mês, mas é exigida fluência no idioma inglês", contou o nadador salvador gaúcho. "Estamos reivindicando que, para o ano que vem, nas outras praias portuguesas seja aumentada a verba, para mil euros, pelo menos", contou Müller, lembrando que os protugueses não pagam a passagem do Brasil para Porgugal e vice-versa, dinheiro que sai do bolso do selecionado.
Müller foi um dos 15 gaúchos, de um grupo de 16 - o 16º era um bombeiro catarinense -, que embarcou para a Europa. Isto ocorreu graças a um convênio firmado entre a Marinha portuguesa com a Sobrasa, propiciando este tipo de intercâmbio. Em praias lusitanas, os profissionais brasileiros recebem uma carteirinha, que os habilita a trabalhar em qualquer balneário do país. "Ter o diploma da Golfinho é meio caminho andado", ressaltou Müller, que tem a intenção de ser piloto da aviação comercial. Ele revelou que irá usar o dinheiro ganho na Europa para complatar as aulas de pilotagem.
Bermundas e maiôs
O salva-vidas gaúcho considerou a experiência muito valiosa. Ele contou ter aproveitado a permanência na Europa para contatos com pessoas de sua área, o que incluiu viagens a Paris e à Holanda. No entanto, um costume português pareceu estranho a ele a aos colegas brasileiros. Os nadadores salvadores não usam sungas no trabalho diário, como ocorre no Brasil. O "uniforme" é um calção longo, mais parecendo uma bermunda e uma camiseta. As mulheres, que atuam como salva-vidas não usam biquínis e sim um maiô, algo que dificulta os movimentos na hora de correr para tirar alguém na iminência de se afogar. "Eles (portugueses) nos explicaram que a vestimenta é uma tradição, algo que remonta ao início do século passado", contou Müller. "Mas é engraçado, pois, se por um lado, existe um conservadorismo em relação às roupas dos salva-vidas, por outro o top-less e feito em todas as praias, independente da idade", comentou.
O movimento na Costa de Caparica, no Atlântico, é grande, com turistas de várias partes do mundo. De acordo com Müller, os profissionais destacados para trabalhar ali têm ótimas condições, sendo posto à disposição dos profissionais walkie-talkies, moto, enfermeiros, jet-ski, entre outros.
O banhista português, salientou o candidato para a Golfinho deste ano, até não se arrisca muito no mar. No entanto, os estrangeiros não costumam tomar o mínimo cuidado. Müller revelou que 40% dos salvamentos efetuados na praia em que atuava eram de estrangeiros, como espanhóis e canadenses. "As bandeiras nas guaritas são da mesma cor das daqui, pois é algo universal, apenas a quadriculada (significando esportes aquáticos ou barcos) não é muito usada no Brasil", disse Müller, que com um corte no pé, fez questão de não ser desligado do treinamento para atuar em águas internas (rios, lagos e açudes) na Operação Golfinho 2011/2012.
Fonte: Paulo Roberto Tavares / Correio do Povo
Notícia publicada em: 25/12/2011 13:43 - Atualizado em 25/12/2011 13:50
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