PREVISAO DO TEMPO

Comunidade dos Policiais e Bombeiros do Brasil

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

CATEGORIA DESUNIDA SEMPRE SERÁ VENCIDA


Acompanhando os últimos acontecimentos da negociação salarial das nossas associações de Praças (ABAMF E ASSTBM), resolvi aqui, sair do recolhimento necessário onde estava desde 2006, para expressar mais uma vez a minha humilde opinião, primeiramente para com muito respeito dizer de minha discordância na aceitação do índice de 23%, ainda que ele fosse oferecido para todos os praças, por entender que houve uma FUGA DA PAUTA, sem saber por qual o motivo e de quem partiu essa motivação, se por vontade do governo ou das associações, pois a pauta que deveria ser discutida no dia 22 de setembro, era a continuidade da negociação do dia 15 de setembro e versava quanto a definição das DATAS DE INTEGRALIZAÇÃO DOS R$ 300,00 ao salário básico dos PMS, valor oferecido por ele próprio, o que representaria mais de 100% de aumento ao salário do soldado, que hoje percebe +/-370,00.
Este índice, como prometido pelo governo iria se inserir ao salário básico, faltando a definição do calendário e uma vez definidas as datas, o projeto encaminhado a Assembléia legislativa transformar-se-ia em lei da política salarial, imagina-se acompanhado de datas, pois não poderia ser diferente. Imagina-se também que a integralização ao básico não ultrapassariam ao período deste governo o que por si só representaria um aumento jamais visto nestes últimos 20 anos, repito, ainda que em 04 anos.
Não posso crer que pudesse haver desconfiança quanto ao cumprimento da integralização ao salário básico dos PMs,  por parte do governo “DOS TRABALHADORES”, primeiro pela notória parceria das associações, em especial da ABAMF com o atual governo, levando inclusive projetos sociais para o seio associativo, como por exemplo o programa MINHA CASA MINHA VIDA, oriundo da SSP, ocupando as Regionais para a expansão do projeto do governo, e que espera-se tenha trazido benefício aos PMs que não tem onde morar. Esta sintonia é mutua, pois o governador foi pessoalmente visitar nossa associação já nos primeiros meses de governo. Portanto o não cumprimento da promessa de integralização dos R$ 300,00 seria uma traição jamais vista. Mas ainda que haja esta desconfiança, nos dois casos, tanto da integralização dos R$ 300,00 quanto os 23% divididos em duas parcelas, este último aprovado agora pela ABAMF, dependem da boa fé do governante, pois nos dois casos, embora se tornando lei, carecem do cumprimento do pactuado. Maior exemplo foi em 1994, quando o governo BRITTO deixou de cumprir a lei de política salarial aprovada por ele próprio e esta não foi abono, era índice salarial e são devidas até o dia de hoje, então é vazia para mim os argumentos de aceitação dos 23%.
Modificada a pauta, por aceitação dos representantes associativos naquela reunião, o governo substituiu a sua intenção de integralizar 100% de aumento pelo atual índice, infinitamente inferior, que corresponde a 23% pagos em 2011 e 2012 ao soldado e índices inferiores aos demais postos de nível médio, motivo suficiente para continuar a discordar.
Veio então a derradeira decisão, de ACEITAÇÃO por parte da ABAMF e de REJEIÇÃO UNÂNIME por parte da ASSTBM, esta última por entender ser uma discriminação a diferença das reposições entre soldados e demais postos.
Pelas decisões que se imagina decididas democraticamente a exaustão, que devo me render e abandonar meu desejo de 100% de aumento.
Ocorre que as decisões, independentemente de sua forma demarcaram, na minha opinião um desgaste igual ou maior do que ocorreu em 1997,pois naquele,todos estavam presentes na mesma ASSEMBLÉIA GERAL, portanto se houve a divisão, todos presenciaram os reais motivos e se houve “TRAÍDOS E TRAIDORES” eles estavam ali, visíveis à todos.
Infelizmente, imagino que por falta no mínimo de prevenção, não nos preparamos para o pior e o pior ficou estabelecido e significa exatamente o “RACHA”, para a glória de quem governa e a desgraça dos policiais.
Os jornais de pronto anunciam o sentimento dos sargentos e tenentes por seu líder maior, o presidente SANTELANO: “A GENTE LUTA JUNTOS E O LUCAS TOMA UMA DECISÃO ISOLADA”.
Muitas relações entre pessoas e grupos acontecem por atributos de fidelidade, afinidade de pensamentos e a dissolução deste “casamento” via de regra não acontece da noite para o dia e sim na decorrência do tempo.
Digo isto porque vejo a ocupação de espaço de uma associação pela outra e o aproveitamento da ineficiência de uma pela competência administrativa de outra, em uma palavra CASAMENTO POR CONVENIÊNCIA.
Desde a longa data, os meus amigos mais fiéis sabem que travei uma discussão exaustiva com minha discordância das coisas que acontecem na ABAMF, e elas foram sempre públicas e jamais agi no anonimato. Essas discordâncias foram tão intensas que viraram denúncias, havendo inclusive a formalização da tentativa do Pres. Lucas de minha exclusão do quadro social, somente não ocorrendo porque recorri ao judiciário e eles retiraram as acusações em uma atitude de covardia. No saldo de tudo isso, nunca guardei qualquer mágoa, mas continuo com opinião sempre muito próprias, pois não sou “conduzido a cabresto”.
Uma das minhas discordâncias, dentre tantas, dizia respeito a REFORMA ESTATUTÁRIA que se configurou em 2006 que dentre as aberrações diminuiu a representatividade dos presidentes regionais, tirando seu poder de deliberar; abertura indiscriminada de inclusão de sócios civis com direito ao voto e a deliberar sobre assuntos como aumento salarial, sendo que nossa associação é de classe; o aumento do tempo de mandato de diretores etc...
Para conter tudo isso propus um novo estatuto que não foi sequer estudado por ser “persona no grata”.
Trago este assunto do Estatuto da ABAMF, porque ele tem muito a ver com a discussão que eclodiu nesta decisão divergente entre o Lucas e Santelano.
Pois em 2006 reafirmo, começou a separação.
A ABAMF decidiu criar uma nova personalidade jurídica, substituindo a representação dos cabos e soldados, para REPRESENTAÇÃO DOS SERVIDORES DE NÍVEL MÉDIO DA BM, portanto mais ampla, mas mesmo assim a ocupação de espaço foi ignorada, tudo imagina-se por ingenuidade ou necessidade de convivência.
Na condição de associado (da ABAMF E ASSTBM) tenho o direito de continuar discordando com a administração do pres. Lucas, embora reconheça algumas poucas melhorias, mas em favor da verdade, não posso negar que institucionalmente o Lucas representa DE SOLDADO A 1º TENENTE, desde 2006, portanto sua decisão foi em nome destes praças por regramento da “bussola maior” – O ESTATUTO: Veja porque:
CAPITULO II
ART. 3 – São finalidades da ABAMF dos SNM/BM defender os interesses da classe dos Servidores de Nível médio ativos e inativos da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul e familiares dependentes, representá-los judicial e extrajudicialmente, em interesses de caráter coletivo em qualquer grau de jurisdição. . .
Enquanto isso o presidente santelano representa DE SARGENTO A 1ºTENENTE, sendo portanto, legalmente mais ampla a representatividade do Lucas e o governo sabia e soube usar deste expediente.
O governo pode satisfazer sua vontade de forma legal e ainda, verdade seja dita, ofereceu exatamente o que seu líder maior ( o Lucas) pediu na negociação,ou seja aproximadamente 25% de aumento.
O governo a partir daí pousa para fotos e “grita a plenos pulmões”: - NEGOCIAMOS COM UM REPRESENTANTE DOS PRAÇAS.
Aliás, este chavão durante a negociação foi muito usado pela ABAMF, leia-se a reportagem do dia------- ( A ABAMF É A ÚNICA REPRESENTANTE DOS PRAÇAS DA BM”.
Ainda que haja o perdão e acredito que ele ocorra, de presidente para presidente ao episódio da divisão, ficou estabelecida no mínimo uma divisão de representatividade, deixando o governo livre para negociar com quem ele tenha melhor afinidade como no caso, com a ameaça de divisão ainda maior quando o momento deveria ser de união no enfrentamento de momentos mais difíceis que o futuro nos reserva e desunidos,não tenhamos dúvidas, seremos sempre vencidos.

                                        GILSON NOROEFÉ
                               Associado da ABAMF e ASSTBM


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