Acompanhando os últimos acontecimentos
da negociação salarial das nossas associações de Praças (ABAMF E ASSTBM),
resolvi aqui, sair do recolhimento necessário onde estava desde 2006, para
expressar mais uma vez a minha humilde opinião, primeiramente para com muito
respeito dizer de minha discordância na aceitação do índice de 23%, ainda que
ele fosse oferecido para todos os praças, por entender que houve uma FUGA DA
PAUTA, sem saber por qual o motivo e de quem partiu essa motivação, se por
vontade do governo ou das associações, pois a pauta que deveria ser discutida
no dia 22 de setembro, era a continuidade da negociação do dia 15 de setembro e
versava quanto a definição das DATAS DE INTEGRALIZAÇÃO DOS R$ 300,00 ao salário
básico dos PMS, valor oferecido por ele próprio, o que representaria mais de
100% de aumento ao salário do soldado, que hoje percebe +/-370,00.
Este índice, como prometido pelo
governo iria se inserir ao salário básico, faltando a definição do calendário e
uma vez definidas as datas, o projeto encaminhado a Assembléia legislativa
transformar-se-ia em lei da política salarial, imagina-se acompanhado de datas,
pois não poderia ser diferente. Imagina-se também que a integralização ao
básico não ultrapassariam ao período deste governo o que por si só
representaria um aumento jamais visto nestes últimos 20 anos, repito, ainda que
em 04 anos.
Não posso crer que pudesse haver
desconfiança quanto ao cumprimento da integralização ao salário básico dos
PMs, por parte do governo “DOS
TRABALHADORES”, primeiro pela notória parceria das associações, em especial da
ABAMF com o atual governo, levando inclusive projetos sociais para o seio
associativo, como por exemplo o programa MINHA CASA MINHA VIDA, oriundo da SSP,
ocupando as Regionais para a expansão do projeto do governo, e que espera-se
tenha trazido benefício aos PMs que não tem onde morar. Esta sintonia é mutua,
pois o governador foi pessoalmente visitar nossa associação já nos primeiros
meses de governo. Portanto o não cumprimento da promessa de integralização dos
R$ 300,00 seria uma traição jamais vista. Mas ainda que haja esta desconfiança,
nos dois casos, tanto da integralização dos R$ 300,00 quanto os 23% divididos
em duas parcelas, este último aprovado agora pela ABAMF, dependem da boa fé do
governante, pois nos dois casos, embora se tornando lei, carecem do cumprimento
do pactuado. Maior exemplo foi em 1994, quando o governo BRITTO deixou de
cumprir a lei de política salarial aprovada por ele próprio e esta não foi
abono, era índice salarial e são devidas até o dia de hoje, então é vazia para
mim os argumentos de aceitação dos 23%.
Modificada a pauta, por aceitação dos
representantes associativos naquela reunião, o governo substituiu a sua
intenção de integralizar 100% de aumento pelo atual índice, infinitamente
inferior, que corresponde a 23% pagos em 2011 e 2012 ao soldado e índices
inferiores aos demais postos de nível médio, motivo suficiente para continuar a
discordar.
Veio então a derradeira decisão, de
ACEITAÇÃO por parte da ABAMF e de REJEIÇÃO UNÂNIME por parte da ASSTBM, esta
última por entender ser uma discriminação a diferença das reposições entre
soldados e demais postos.
Pelas decisões que se imagina
decididas democraticamente a exaustão, que devo me render e abandonar meu
desejo de 100% de aumento.
Ocorre que as decisões, independentemente
de sua forma demarcaram, na minha opinião um desgaste igual ou maior do que
ocorreu em 1997,pois naquele,todos estavam presentes na mesma ASSEMBLÉIA GERAL,
portanto se houve a divisão, todos presenciaram os reais motivos e se houve
“TRAÍDOS E TRAIDORES” eles estavam ali, visíveis à todos.
Infelizmente, imagino que por falta no
mínimo de prevenção, não nos preparamos para o pior e o pior ficou estabelecido e significa exatamente o “RACHA”, para a
glória de quem governa e a desgraça dos policiais.
Os jornais de pronto anunciam o
sentimento dos sargentos e tenentes por seu líder maior, o presidente
SANTELANO: “A GENTE LUTA JUNTOS E O LUCAS
TOMA UMA DECISÃO ISOLADA”.
Muitas relações entre pessoas e grupos
acontecem por atributos de fidelidade, afinidade de pensamentos e a dissolução
deste “casamento” via de regra não acontece da noite para o dia e sim na
decorrência do tempo.
Digo isto porque vejo a ocupação de
espaço de uma associação pela outra e o aproveitamento da ineficiência de uma
pela competência administrativa de outra, em uma palavra CASAMENTO POR CONVENIÊNCIA.
Desde a longa data, os meus amigos
mais fiéis sabem que travei uma discussão exaustiva com minha discordância das
coisas que acontecem na ABAMF, e elas foram sempre públicas e jamais agi no
anonimato. Essas discordâncias foram tão intensas que viraram denúncias, havendo
inclusive a formalização da tentativa do Pres. Lucas de minha exclusão do
quadro social, somente não ocorrendo porque recorri ao judiciário e eles
retiraram as acusações em uma atitude de covardia. No saldo de tudo isso, nunca
guardei qualquer mágoa, mas continuo com opinião sempre muito próprias, pois
não sou “conduzido a cabresto”.
Uma das minhas discordâncias, dentre
tantas, dizia respeito a REFORMA ESTATUTÁRIA que se configurou em 2006 que
dentre as aberrações diminuiu a representatividade dos
presidentes regionais, tirando seu poder de deliberar; abertura indiscriminada
de inclusão de sócios civis com direito ao voto e a deliberar sobre assuntos
como aumento salarial, sendo que nossa associação é de classe; o aumento do
tempo de mandato de diretores etc...
Para conter tudo isso propus um novo
estatuto que não foi sequer estudado por ser “persona no grata”.
Trago este assunto do Estatuto da
ABAMF, porque ele tem muito a ver com a discussão que eclodiu nesta decisão
divergente entre o Lucas e Santelano.
Pois em 2006 reafirmo, começou a
separação.
A ABAMF decidiu criar uma nova
personalidade jurídica, substituindo a representação dos cabos e soldados, para
REPRESENTAÇÃO DOS SERVIDORES DE NÍVEL MÉDIO DA BM, portanto mais ampla, mas
mesmo assim a ocupação de espaço foi ignorada, tudo imagina-se por ingenuidade
ou necessidade de convivência.
Na condição de associado (da ABAMF E
ASSTBM) tenho o direito de continuar discordando com a administração do pres.
Lucas, embora reconheça algumas poucas melhorias, mas em favor da verdade, não posso
negar que institucionalmente o Lucas representa DE SOLDADO A 1º TENENTE, desde
2006, portanto sua decisão foi em nome destes praças por regramento da “bussola
maior” – O ESTATUTO: Veja porque:
CAPITULO
II
ART. 3 – São
finalidades da ABAMF dos SNM/BM defender os interesses da classe dos Servidores
de Nível médio ativos e inativos da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do
Sul e familiares dependentes, representá-los judicial e extrajudicialmente, em
interesses de caráter coletivo em qualquer grau de jurisdição. . .
Enquanto
isso o presidente santelano representa DE SARGENTO A 1ºTENENTE, sendo portanto,
legalmente mais ampla a representatividade do Lucas e o governo sabia e soube
usar deste expediente.
O governo
pode satisfazer sua vontade de forma legal e ainda, verdade seja dita, ofereceu
exatamente o que seu líder maior ( o Lucas) pediu na negociação,ou seja
aproximadamente 25% de aumento.
O
governo a partir daí pousa para fotos e “grita a plenos pulmões”: - NEGOCIAMOS
COM UM REPRESENTANTE DOS PRAÇAS.
Aliás, este
chavão durante a negociação foi muito usado pela ABAMF, leia-se a reportagem do
dia------- ( A ABAMF É A ÚNICA REPRESENTANTE DOS PRAÇAS DA BM”.
Ainda
que haja o perdão e acredito que ele ocorra, de presidente para presidente ao
episódio da divisão, ficou estabelecida no mínimo uma divisão de
representatividade, deixando o governo livre para negociar com quem ele tenha
melhor afinidade como no caso, com a ameaça de divisão ainda maior quando o
momento deveria ser de união no enfrentamento de momentos mais difíceis que o
futuro nos reserva e desunidos,não tenhamos dúvidas, seremos sempre vencidos.
GILSON
NOROEFÉ
Associado da ABAMF
e ASSTBM
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