As viúvas do referendo, suas lágrimas
de crocodilo e a morte da democracia
*Bene
Barbosa
De tempos em tempos o
desarmamento volta à baila pelas mãos das apelidadas “viúvas do referendo” que
são aqueles políticos, autoridades, celebridades que, mesmo desconhecendo
profundamente o assunto, voltam a chorar e gritar: “precisamos desarmar a
população”.
Desta vez quem volta a falar
em proibir o direito de defesa é o senador Cristovam Buarque que propôs um
inaceitável Projeto de Lei que agora segue para relatoria do senador Eduardo
Braga. O projeto simplesmente anula o resultado inequívoco do referendo de 2005
onde 65% da população votou que não queria o fim do comércio legal de armas de
fogo, ao propor a proibição da venda de armas legais em todo o território
nacional.
As viúvas do referendo querem
simplesmente anular quase 60 milhões de votos, em um claro desrespeito ao
cidadão e a nossa Constituição Federal, um verdadeiro atentando à democracia
brasileira, que nas eleições deste ano já tiveram a prova do desinteresse
recorde com milhões de abstenções, votos em brancos e nulos. O que querem?
Acabar de vez com o pouco de credibilidade que ainda possuem? Parece que
sim.
Enquanto isso o fracasso da
atual legislação sobre a posse legal de armas, uma das mais restritivas do
mundo, é inquestionável e na maioria absoluta dos estados os homicídios,
latrocínios, roubos em residências e propriedades rurais não param de crescer,
mesmo tendo a venda legal de armas caído mais de 90% nos últimos 10
anos.
Não basta que alguns
políticos não se importem verdadeiramente com a morte de milhares de cidadãos,
parece que agora não se importam também com a morte da democracia afogada em
suas lágrimas de crocodilo. Enquanto isso famílias inteiras choram pelos seus
entes queridos, pelo patrimônio ganho com trabalho e suor de anos, levados por
aqueles que, seja uma lei, seja outra, não respeitarão nenhuma
delas.
*Bene Barbosa é bacharel em direito, especialista em Segurança Pública e Presidente da ONG Movimento Viva Brasil.
ARTIGO INDICADO POR: Thiago Turbay
Nenhum comentário:
Postar um comentário