Nada justifica a depredação de um bem público ou privado, como fizeram os jovens que entraram em confronto com a Brigada Militar na noite de quinta-feira e destruíram o boneco inflável do tatu-bola, símbolo da Copa do Mundo. Protestos são naturais numa democracia, e o grupo não se rebelava apenas contra a presença do boneco e da propaganda da Coca-Cola em uma área pública. Inaceitável é a defesa da destruição do símbolo, feita nas redes sociais, por ser contra a privatização do espaço público. Se cada um resolver destruir aquilo que não lhe agrada aos sentidos, estará instalado o caos.
Porto Alegre já teve um precedente do gênero, que foi a destruição do relógio dos 500 anos, em 1999. Os protagonistas daquele ato amadureceram, mas os herdeiros do seu radicalismo resolveram descontar no tatu-bola as diferenças que têm com a administração de José Fortunati por atos e omissões – do fechamento dos bares na Cidade Baixa às restrições a manifestações culturais no Largo Glênio Peres.
Encarregada de defender o patrimônio público, a Brigada Militar entrou em confronto com os manifestantes que invadiram o cercadinho onde estava o boneco e acabou cometendo excessos. O inquérito vai apurar as responsabilidades e quem errou terá de ser punido. O episódio mostrou que os ânimos estão acirrados e que qualquer faísca pode produzir uma fogueira.
Espera-se que, passada a eleição, os espíritos sejam desarmados. Haverá protestos contra a Copa do Mundo e contra intervenções que a prefeitura fará para atender às exigências da Fifa, mas não se pode aceitar que o tumulto vire regra. A Brigada Militar terá de se preparar para dias tensos e para lidar com a realidade decorrente do avanço das redes sociais, em que protestos são combinados de forma instantânea e podem reunir milhares de pessoas em poucas horas, a partir de uma convocação pelo Facebook.
Na preparação para a Copa, segurança é um dos itens mais importantes. Passar a imagem de que Porto Alegre é uma terra sem lei ou de que a polícia é incapaz de controlar uma manifestação em pleno centro da cidade é péssimo para a imagem da Capital.
do boneco e da propaganda da Coca-Cola em uma área pública. Inaceitável é a defesa da destruição do símbolo, feita nas redes sociais, por ser contra a privatização do espaço público. Se cada um resolver destruir aquilo que não lhe agrada aos sentidos, estará instalado o caos.
Porto Alegre já teve um precedente do gênero, que foi a destruição do relógio dos 500 anos, em 1999. Os protagonistas daquele ato amadureceram, mas os herdeiros do seu radicalismo resolveram descontar no tatu-bola as diferenças que têm com a administração de José Fortunati por atos e omissões – do fechamento dos bares na Cidade Baixa às restrições a manifestações culturais no Largo Glênio Peres.
Encarregada de defender o patrimônio público, a Brigada Militar entrou em confronto com os manifestantes que invadiram o cercadinho onde estava o boneco e acabou cometendo excessos. O inquérito vai apurar as responsabilidades e quem errou terá de ser punido. O episódio mostrou que os ânimos estão acirrados e que qualquer faísca pode produzir uma fogueira.
Espera-se que, passada a eleição, os espíritos sejam desarmados. Haverá protestos contra a Copa do Mundo e contra intervenções que a prefeitura fará para atender às exigências da Fifa, mas não se pode aceitar que o tumulto vire regra. A Brigada Militar terá de se preparar para dias tensos e para lidar com a realidade decorrente do avanço das redes sociais, em que protestos são combinados de forma instantânea e podem reunir milhares de pessoas em poucas horas, a partir de uma convocação pelo Facebook.
Na preparação para a Copa, segurança é um dos itens mais importantes. Passar a imagem de que Porto Alegre é uma terra sem lei ou de que a polícia é incapaz de controlar uma manifestação em pleno centro da cidade é péssimo para a imagem da Capital.
Fonte: ZERO HORA 06 de outubro de 2012 | N° 17214
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
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