Em entrevista no Palácio do Planalto realizada logo após ter seu nome indicado para a liderança do governo no Congresso, o deputado federal Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS) já chegou ao posto falando em evitar votações que a base no Congresso pretendia votar. Entre elas estão a PEC 300, que cria um piso nacional para policiais, e a regulamentação da Emenda 29, que determina uso de verbas para a saúde.“É preciso que a gente se entenda”, defendeu. Questionado se estava se referindo à própria base aliada, ele respondeu: “Estou me referindo ao mundo real, de todo mundo. Do jornalismo também, do dia a dia”. Ele criticou a Emenda 29, dizendo que não gosta dela, e justificou que a medida não aponta a fonte dos recursos para os novos gastos na Saúde previstos. “A Emenda 29 é muito ruim. É preciso ver se, na ponta, a Saúde vai melhorar”, criticou.
A votação dos dois projetos foi cogitada por aliados durante a disputa entre o Congresso e a presidente sobre a liberação de pagamento de emendas parlamentares.
Mendes disse que a presidente lhe pediu para “trabalhar, trabalhar, trabalhar; ouvir, ouvir, ouvir”. O novo líder, que almoçou ontem com Dilma no Palácio da Alvorada, disse que buscará o diálogo e argumentou que esse instrumento faz com que o trabalho apresente resultados. “A presidente me pediu muito trabalho, muito diálogo e paciência”, disse o parlamentar gaúcho, acrescentando que há muitos desafios pela frente.
Questionado se tinha preocupação com a base, uma vez que a presidente teria recuado ao atender os parlamentares na questão da prorrogação do prazo das emendas, o novo líder afirmou que Dilma não cedeu. “Ela decidiu quando tinha de decidir”, afirmou. Mendes Ribeiro Filho disse que Dilma já o convocou para uma reunião de coordenação de governo, marcada para o final da tarde da próxima segunda-feira.
O novo líder do governo no Congresso ressaltou que é preciso ter paciência “para ouvir muito e desarmar os espíritos”. Ele disse que tem de “mostrar que ‘um não’ não quer dizer exatamente ‘não’, mas a impossibilidade de dizer um sim.”
Em relação à liberação dos recursos das emendas de parlamentares, ele disse que o desafio, a partir de agora, “é olhar para frente”. Anunciou que iniciará um diálogo com os líderes, com a coordenação das bancadas, que também irá ouvir os pleitos dos estados e conversará com a Confederação Nacional dos Municípios.
Fonte: Gazeta do Povo
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