O secretário estadual da Educação, José Clóvis de Azevedo, minimiza a reação que deve ocorrer entre professores e funcionários de escolas em relação ao novo plano de carreira. Ele lembra que, no atual plano de carreira, existem dois tipos de promoção: por antiguidade ou por merecimento. "Há quem faça o debate, como se avaliar o mérito fosse uma novidade, e não é", afirma. Entre os principais itens considerados no sistema de avaliação em vigor estão assiduidade, pontualidade, qualidade do trabalho pedagógico, participação em projetos e na comunidade e realização de cursos. "Vamos aperfeiçoar porque hoje a definição dos pontos é desequilibrada e não muito lógica."
A presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, rebate a posição do governo. "Temos um sistema de avaliação no qual o corpo docente e o discente avaliam o professor, mas com base na realidade das escolas. Nosso problema não é sermos avaliados. É que a avaliação por mérito ou meritocracia avalia por eficácia e metas e penaliza quem não as alcança." Sobre a qualificação, Rejane nega que o atual sistema deixe brechas para que professores realizem cursos não relacionados à educação, com cargas horárias compactas ou ministrados por instituições inadequadas e usem os certificados para mudar de nível no plano de carreira. "Todos os cursos são de áreas afins", afirma.
O Cpers reclama que não foi chamado para discutir a mudança e, na reunião do conselho geral, na sexta-feira, definiu a realização de greve caso o governo altere o plano de carreira. Tem pronto até o slogan da campanha: "Tarso nunca mais". "O governo quer criar a visão de que a qualidade na educação é responsabilidade de professores e funcionários. Queremos discutir o sucateamento das escolas e o não cumprimento da aplicação de 35% da receita corrente líquida na educação", disse Rejane.
FONTE: CORREIO DO POVO ANO 116 Nº 297 - PORTO ALEGRE, DOMINGO, 24 DE JULHO DE 2011
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