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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Edifício abandonado de Porto Alegre simboliza desperdício do dinheiro da previdência | Geral

Grupo se reuniu para construir condomínio com recursos financiados pelo IPE há 29 anos


Vivian Eichler | vivian.eichler@zerohora.com.br
Construção de 48 apartamentos foi paralisada em 1982 no Condomínio Quaraí, na Capital - Emílio Pedroso / Agencia RBS

Construção de 48 apartamentos foi paralisada em 1982 no Condomínio Quaraí, na Capital
Foto:Emílio Pedroso / Agencia RBS



Um edifício localizado no número 120 da Rua Dona Ondina, na Capital, é morada da burocracia e da lentidão do poder público há 29 anos. Sonho frustrado de 19 famílias de servidores estaduais, esses três andares abandonados compõem com outros condomínios inacabados no Estado um retrato do desperdício do dinheiro do contribuinte.

A história desse projeto interrompido tem início em 1979, quando um grupo de colegas da Secretaria Estadual de Educação aderiu a uma tendência em alta entre o funcionalismo gaúcho: reuniram-se para construir apartamentos financiados pelo Instituto de Previdência do Estado (IPE).

Entre 1973 e 1995, a autarquia gaúcha financiou a compra de cerca de 13 mil imóveis por funcionários públicos com recursos do extinto Banco Nacional de Habitação (BNH). Vivia-se o fim do milagre econômico e da abundância de recursos.

Na antiga sede da SEC, o então presidente da associação de funcionários Walques Batista dos Santos empolgou-se. Colocou um aviso no mural da secretaria e convenceu os colegas a aderirem à ideia.

Era a maneira barata de comprar a casa própria. A proposta parecia perfeita. No terreno de 3 mil metros quadrados nos altos do Menino Deus, cada família teria um apartamento de dois ou três dormitórios. Parte deles com vista para o Guaíba.

Em 27 de março de 1981, o contrato foi assinado com o IPE. O então presidente do órgão, Oly Fachin — que propalava a carteira de imóveis superavitária em 460 milhões de cruzeiros naquele ano —, inaugurou a pedra fundamental, lembra Hermes Belan, 64 anos. Ele é um dos três ex-mutuários que aceitaram o convite de ZH para revisitar o local onde deveriam morar.

O sonho ruiu por uma sucessão de dificuldades. Foi o barranco do terreno vizinho que desmoronou, a construtora que desertou — problema comum num cenário em que a inflação galopava.

Obstáculos de ordem semelhante também remetem aos 216 apartamentos onde deveriam morar policiais militares no bairro Glória. Inacabado e invadido, o local foi apelidado de "Carandiru" — uma alusão à penitenciária desativada em São Paulo. O impasse perdura até hoje.
Leia a reportagem completa na edição desta sexta-feira de Zero Hora.
ZERO HORA

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