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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tonollier confirma crise financeira

Secretário da Fazenda apresenta números, aponta para déficit de R$ 170 milhões em março e contesta ''déficit zero'' de Yeda

Um cenário de "grave crise financeira", balanços deficitários e escassez de recursos foi descrito ontem pelo secretário da Fazenda, Odir Tonollier, que apresentou uma radiografia das contas do Estado durante entrevista coletiva. "No dia 3 de janeiro, o saldo de caixa era zero. Não é força de expressão. É literalmente zero. Foi surpreendente. Esperávamos algum recurso em caixa", destacou Tonollier, que anunciou as dificuldades financeiras ao lado dos secretários do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, e do adjunto da Pasta da Fazenda, André Paiva.

O relatório divulgado ontem demonstra que o governo Tarso Genro (PT) herdou R$ 1 bilhão de restos a pagar, valor considerado "volumoso" por Tonollier. O déficit do caixa único atinge atualmente R$ 4,6 bilhões. Também preocupam a cúpula do governo Tarso a dívida de R$ 14 milhões advinda de despesas gerais com a Susepe e os passivos do Daer: R$ 140 milhões de obras realizadas e não pagas e R$ 125 milhões em convênios assinados com diversos municípios.

O fornecimento de combustível para a área da Segurança Pública do Estado só não foi suspenso, segundo o secretário da Fazenda, porque um pagamento emergencial de pouco mais de R$ 2 milhões foi feito em janeiro para amortizar o passivo de R$ 7 milhões, decorrente de três meses de atrasos.

Tonollier destacou que o Estado deverá enfrentar déficit de R$ 170 milhões já em março, após o esgotamento dos cerca de R$ 80 milhões de superávit oriundo da forte arrecadação relativa ao mês de dezembro. Ele informou que, "caso não seja feito nada", o ano de 2011 será fechado com déficit de R$ 550 milhões.

Apesar de ter evitado qualquer tipo de crítica política ao governo de Yeda Crusius (PSDB), Tonollier procurou desconstruir o slogan tucano do ''déficit zero'' ao informar que o seu levantamento apontou saldo negativo de R$ 150 milhões no fechamento das contas de 2010.

No decorrer do governo Yeda, sobretudo no ano passado, os tucanos sustentaram a tese de que o exercício de 2010 seria encerrado com equilíbrio financeiro. "Teremos dificuldades e não haverá dinheiro para tudo. Vamos reprogramar muitas coisas, mas a folha de pagamento será prioridade", assegurou Tonollier.

Ele disse que os R$ 3,6 bilhões que foram anunciados por Yeda como herança para o governo Tarso são originários de depósitos judiciais. No entendimento da atual gestão, o montante não se configura como verba disponível para investimentos imediatos. "Esse dinheiro está numa conta específica, não no caixa único. O Estado paga juros se usar esses recursos. Por prudência, vamos evitar usar", afirmou.

Tonollier disse ainda que a verba poderá ser aplicada em situações de emergência, como em uma eventual ausência de recursos para quitar a folha de pagamento de cerca de R$ 800 milhões mensais.




Fonte: Jornal Correio do Povo

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