WIANEY CARLET (wianey.carlet@zerohora.com.br)
Existe forte inconformidade por parte da Geral do Grêmio contra a direção do clube. As lideranças do grupo concluem que a Brigada Militar “está mandando no Olímpico” e os dirigentes estão sendo omissos. Acostumaram-se ao que acontecia, em passado recente, quando a BM sequer entrava no meio da torcida. Havia um extravagante acordo entre o policiamento e os torcedores. Mudaram os comandantes da corporação e modificaram-se as práticas. Não é preciso lembrar o nível de violência que se instalara nas arquibancadas, talvez por efeito da grave omissão da BM. Hoje, a Brigada impõe regras e pune, quando são desrespeitadas. Duvido que os torcedores que vão ao Olímpico apenas para torcer, que não atiram objetos no campo e nem soltam rojões, se sintam prejudicados. Os dirigentes do Grêmio não podem afrontar a BM. O Grêmio precisa do policiamento e o trabalho está sendo bem feito.
Não contem comigo para qualquer forma de pressão sobre a Brigada Militar. É verdade que houve excessos no jogo contra o Cruzeiro. Mas, apesar de eventuais erros, a BM é a única garantia de segurança que resta ao cidadão gaúcho. Em vez de tentar enfraquecer a instituição, a hora é de todos os gaúchos abraçarem a causa da Brigada. Existe uma ameaça real contra nossa polícia militar. Neste país, já tentaram “regulamentar” a imprensa (censura), mas recuaram diante da reação. Depois, quiseram desarmar a população, mas o povo resistiu e disse não. Agora, tentam acabar as polícias militares dos Estados. Eliminar os tribunais militares e desmilitarizar a BM e outras corporações é acabar com todas, colocando no lugar não se sabe o quê.
A Brigada desempenhou papel relevante em vários momentos. Se Brizola estivesse vivo, deflagraria uma revolução em defesa da BM. Porém, o que se vê é a indiferença e o que se escuta é o silêncio omisso. Tentem imaginar o RS sem uma Brigada Militar altiva e com a sua hierarquia respeitada. Conversem sobre o assunto, pensem. E os torcedores, tratem de entrar na linha. Respeitar as regras é respeitar, acima de tudo, os demais torcedores, imensa maioria, que querem seguir desfrutando o direito de ir aos estádios em paz. Aceitar as normas é oferecer às famílias a prerrogativa de comparecer aos jogos, torcer pelos seus times e voltar para casa sem sobressaltos.
Repito: não contem comigo para atacar a Brigada. Tampouco entendam que fecharei os olhos para deslizes que, eventualmente, sejam cometidos por brigadianos. Existem imagens mostrando que, em alguns momentos, soldados se excederam. É dever do comando identificá-los e puni-los. Mas também é imperioso reconhecer que em tumultos sempre acaba apanhando algum inocente. Aliás, vi a imagem de um torcedor dando uma voadora sobre um imenso cavalo. Inacreditável. Impõe-se que cada parte reconheça os seus erros.
Saibam os torcedores que os estádios são requisitados pelas federações, CBF, Conmebol ou Fifa. A autoridade dos clubes, nestas ocasiões, é limitada. A Brigada nem teria a obrigação de fazer o policiamento interno, já que os clubes cobram ingressos e nem um centavo é repassado à polícia militar. Logo, se a BM se dispõe a trabalhar onde não tem o dever de estar, é aceitável que imponha regras. O resto é rebeldia sem causa.
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