A governadora Yeda Crusius resolveu mexer noutro vespeiro e desta vez dá passos decididos para melhorar a qualidade dos serviços públicos no RS, começando por adaptar as carreiras dos servidores ao que regrou a Constituição de 1988.
Um dos itens centrais e mais polêmicos é o da remuneração plugada em indicadores claros de produção, produtividade e qualidade, sempre em cima do dado básico que é o tempo de serviço.
. O Cpergs, maior sindicato corporativista fundamentalista jurássico de toda a América Latina, mandou 12 ativistas para a frente do Palácio Piratini, nesta terça-feira ao meio dia, para defender o atraso, sob a consigna de que “nada deve mudar”.
É o paradoxo dessa esquerda que se diz herdeira do iluminismo, portanto das mudanças, da inteligência e da modernidade
. . “Estas minorias agressivas uivam, mas nós trabalhamos para a maioria dos gaúchos”, reclamou Yeda.
É que ali estava o professor James Fishkin e uma enorme equipe de agentes do governo, das Universidades de Stanford e do Texas, mais o pessoal do Instituto Methodus, para explicar aos jornalistas como foi até agora o módulo inicial em três etapas da chamada Pesquisa de Democracia Deliberativa, experiência elaborada pelo próprio Fishkin e já testada nos Estados Unidos, China e União Européia.
. O professor James Fishkin esteve em Porto Alegre em fevereiro do ano passado, quando explicou como funciona sua ferramenta de Democracia Deliberativa, começando pelas pesquisas quantitativas e qualitativas concluídas no final de semana.
Desde o ano passado, o governo gaúcho vem negociando para aplicar a ferramenta da Democracia Deliberativa no RS. O PGQP topou financiar a experiência.
. O objetivo do programa em execução no RS é mudar os planos de carreiras dos servidores públicos estaduais. O primeiro módulo, o das pesquisas, cumpriu três etapas encadeadas:
1) Pesquisa quantitativa com 1.400 gaúchos.
2) Subamostra para recrutamento de 226 gaúchos
3) Reunião dos 226 recrutados para a realização de pequenos grupos de debates e conclusões. As pesquisas no âmbito da Democracia Deliberativa são diversas das pesquisas comuns, porque valem não apenas os resultados quantitativos, como sobretudo valem as opiniões finais, depois de estabelecidos os contraditórios em reuniões representativas.
Nelas são fornecidas informações consistentes – portanto em condições ideais de conhecimento. Nas pesquisas comuns, muitas vezes os pesquisados chutam sobre questões que não entendem e também tendem a acompanhar opiniões compartilhadas.
“Temos uma pesquisa de rosto humano”, avisou o professor James Fishkin.
- O governo vai agora ampliar a discussão, buscando definições que influenciarão os projetos que serão enviados à Assembléia Legislativa. A coisa toda começará pelo magistério, porque este é o maior contingente de servidores e onde a discussão está mais adiantada.
Jornalista Políbio Braga - Todos os direitos reservados © Copyright 2009
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