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Comunidade dos Policiais e Bombeiros do Brasil

domingo, 22 de abril de 2012

Semana Policial

Tiradentes é o patrono das polícias militares do Brasil. Por isso, em todo o país, eventos marcam a semana do policial com atividades diversas em torno do 21 de abril. Medalhas, promoções, confraternizações e competições festivas. Ainda que um amigo meu psicólogo insista que, se Tiradentes fosse vivo, ao ver uma viatura passar, diria "ó os zômi", de tão distorcida que se tornou a presença policial na cultura brasileira. Em parte, é fato: o direito de ir e vir do cidadão e a necessidade da abordagem preventiva, cada vez mais solicitada - implorada? - num contexto de crimes e violência, até mesmo juvenil, provocam um conflito desnecessário de conceitos. Polícia comunitária e Polícia enérgica podem conviver? Podem. Devem. E nada como a Semana do Policial para esta reflexão.

Pois nossa semana de 2012 começou triste. Dois companheiros de farda tombaram, em confrontos com assaltantes armados. Que nem deveriam estar livres para matar e roubar. Mas estavam, como milhares de outros. Luto nas famílias, na Brigada Militar e no Rio Grande do Sul. Tá, pedir que a morte de policiais consiga a repercussão que a do Michael Jackson, talvez seja demais. Não idolatramos nossos heróis diários. Esses sujeitos comuns, que encaram batalhas hercúleas todos os dias, sem qualquer poder especial, além de sua vontade de defender o que é certo, mesmo que o sistema social e legal anule todo o seu esforço. Estes, que beijam seus filhos e esposas sem saber se voltarão para casa, são só sujeitos comuns. Que chamamos quando estamos desesperados. Quando somos ameaçados, estamos sem saída ou sem socorro até mesmo dos órgãos de saúde. Estes sujeitos não brilham aos nossos olhos. Apenas quando nos pegam em erro. Aí, nossos olhos faíscam ódio com sua presença. Errados são eles que, com tantos pra pegar, pegaram logo nós, fazendo algo errado.

Vivi um momento especial: o Comando Regional do Vale do Caí promoveu o seminário Projeto Memória, na última quinta. Sob o comando do coronel Edgar Borges e do tenente Mincks, PMs de todas as cidades do nosso Vale se tornaram pesquisadores. Quase historiadores. E trouxeram a memória em fotos e documentos dos primeiros policiais, viaturas e quartéis, as ações heroicas e cidadãs que marcaram a vida de suas localidades. A evolução do passado ao presente, composta por guerras, construções de estradas e sacrifícios, para chegarmos onde estamos. Uma homenagem gigantesca aos que deram suas vidas pela edificação destes quase dois séculos de presença nos fatos mais importantes do RS. É como ler o Correio do Povo e suas páginas seculares. Respeitar a história é saber construir o novo. Entender quem somos, para saber onde devemos chegar.

Por: Oscar Bessi Filho

Fonte: Correio do Povo 22abr2012

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